PT deve indicar deputado baiano para a CPI do MST; apenas nove parlamentares da bancada do Estado apoiam a investigação

O PT deve indicar o deputado baiano Valmir Assunção para integrar a CPI do MST da Câmara Federal. O parlamentar, que se colocou contrário à criação da comissão de investigação, é uma das lideranças nacionais dos sem-terra. Dos 39 deputados da bancada baiana, apenas nove assinaram o requerimento em favor da CPI.

Procurado pelo Política Livre, Valmir Assunção confirmou nesta terça-feira (02) que pretende participar da comissão como membro titular. “Quero fazer o debate sobre as propriedades improdutivas, os donos de terra que não pagam o imposto territorial rural, a questão do trabalho escravo, da grilagem, dos danos ao meio ambiente, da ocupação indevida de áreas indígenas e quilombolas”, declarou.

Valmir Assunção, que está em Cuba participando de um Encontro Internacional de Solidariedade ao país – ele esteve hoje com o presidente cubano Miguel Diáz-Canel -, confirmou que o PT deseja que o governo articule para que a CPI não seja controlada por representantes da bancada ruralista.

“Mas hoje a tendência é que os cargos principais (de presidente e relator) fiquem com os ruralistas. Mas já enfrentamos cinco CPIS contra o MST. Não temos nada a temer. Pelo contrário: vamos aproveitar para mostrar mais uma vez a injustiça social no campo”, frisou o petista.

Da bancada baiana, assinaram em favor do requerimento de criação da CPI os deputados Arthur Maia (União), Capitão Alden (PL), Félix Mendonça Júnior (PDT), José Rocha (União), Leur Lomanto Júnior (União), Márcio Marinho (Republicanos), Paulo Azi (União), Roberta Roma (PL) e Rogéria Santos (Republicanos). Apenas Félix integra oficialmente a bancada governista.

Para que a CPI seja instalada, resta agora às bancadas indicarem os 27 membros da comissão. O requerimento teve no total 171 assinaturas de parlamentares.