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Mobilização contra venda de armas para Israel reúne parlamentares de 13 países 01 de março de 2024 | 08:37

Mobilização contra venda de armas para Israel reúne parlamentares de 13 países

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Parlamentares de 13 países diferentes se uniram em torno de uma carta que defende um embargo contra a venda e a exportação de armas para Israel. A iniciativa é encabeçada pela Progressive International, articulação que busca organizar e mobilizar forças progressistas de todo o mundo.

“Nossas bombas e balas não podem ser usadas para matar, mutilar e desapropriar palestinos”, afirma o documento. “Sabemos que armas letais e seus componentes, fabricadas ou enviadas por meio de nossos países, têm contribuído para o ataque israelense à Palestina, que já ceifou mais de 30 mil vidas em Gaza e na Cisjordânia”, segue.

No Brasil, a iniciativa é apoiada por toda a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e por Nilto Tatto (PT-SP). O ex-líder do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn e o francês Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, também constam entre os que assinam a carta.

A lista, que reúne 218 signatários, tem ainda representantes de Austrália, Canadá, Alemanha, Espanha e Portugal, entre outros. Dos Estados Unidos, principal aliado de Tel Aviv, apenas duas congressistas decidiram se juntar à mobilização: as democratas Cori Bush e Rashida Tlaib.

O país comandado por Joe Biden tem mantido o forte apoio a Israel tanto no campo diplomático, barrando três vezes resoluções no Conselho de Segurança da ONU que pediam por um cessar-fogo na região, quanto militar —na quinta-feira (29), o Pentágono informou que enviou cerca de 21 mil munições guiadas de precisão desde o início do atual conflito.

“Um embargo de armas deixou de ser uma necessidade moral para se tornar uma exigência legal”, diz a carta. “Hoje, nós tomamos uma posição. Tomaremos medidas imediatas e coordenadas em nossas respectivas legislaturas para impedir que nossos países armem Israel”, afirma ainda.

Na quinta-feira, o Secretário-Geral das Nações Unidas, o português António Guterres, disse que a ONU não consegue entregar auxílio humanitário para o norte de Gaza em mais de uma semana, voltando a pedir um cessar-fogo e a libertação incondicional dos reféns levados pelo grupo terrorista Hamas.

Leia, abaixo, a íntegra da carta articulada pela Progressive International:

“Nós, os parlamentares abaixo assinados, declaramos nosso compromisso de pôr fim às vendas de armas de nossas nações para o Estado de Israel.

Nossas bombas e balas não podem ser usadas para matar, mutilar e desapropriar palestinos. Mas são: sabemos que armas letais e seus componentes, fabricadas ou enviadas por meio de nossos países, têm contribuído para o ataque israelense à Palestina, que já ceifou mais de 30 mil vidas em Gaza e na Cisjordânia.

Não podemos esperar. Após a decisão provisória da Corte Internacional de Justiça (CIJ) [mais conhecida como Corte de Haia] sobre o caso da Convenção de Genocídio contra o Estado de Israel, um embargo de armas deixou de ser uma necessidade moral para se tornar uma exigência legal.

Não seremos cúmplices da grave violação do direito internacional por parte de Israel. A CIJ ordenou que Israel não matasse, ferisse ou ‘deliberadamente [infligisse] aos [palestinos] condições de vida calculadas para provocar… destruição física’. Eles se recusaram. Em vez disso, eles prosseguem com um ataque planejado a Rafah que o Secretário-Geral das Nações Unidas advertiu que “aumentará exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário”.

Hoje, nós tomamos uma posição. Tomaremos medidas imediatas e coordenadas em nossas respectivas legislaturas para impedir que nossos países armem Israel.”

Mônica Bergamo/Folhapress
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