Foto: Arquivo pessoal
Fundador da Cufa, Celso Athayde (terceiro da esquerda para a direita), fez discurso no Pacto Global da ONU 18 de abril de 2024 | 10:26

Cufa lançará Fórum Mundial das Favelas para pautar G20

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Para garantir que as demandas de periferias estejam na agenda do G20, a Cufa (Central Única das Favelas) vai lançar em setembro o Fórum Mundial das Favelas no Rio de Janeiro (RJ). A ideia é promover conferências internacionais para levantar soluções para moradores de periferias em diferentes regiões do mundo.

Os encontros, previstos para iniciarem no dia 6 de maio, incluem debates sobre combate à desigualdade, inovação, empreendedorismo e diversidade ao longo de três meses. Países como África do Sul, Angola, Colômbia, Espanha, México e Estados Unidos vão receber a comitiva da Cufa.

“É a primeira vez que este debate vai estar presente no G20”, diz Celso Athayde, fundador da organização e CEO da Favela Holding. “Esperamos ampliar a voz das pessoas que moram nas favelas e ajudá-las a organizar o próprio discurso, fazendo com que suas percepções sejam ouvidas.”

Embora não tenha relação direta com a Cúpula do G20, que será sediada pelo Brasil em novembro, o Fórum Mundial das Favelas planeja levar questões sociais destacadas nas conferências aos líderes das maiores economias do mundo.

O objetivo é fazer com que as necessidades das populações periféricas sejam levadas em consideração nas tomadas de decisões internacionais.

As conferências estão sendo planejadas desde 2022, quando Celso Athayde recebeu o prêmio de Empreendedor Social do Ano pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Ele foi escolhido pela Fundação Schwab, após vencer o Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha em parceria com a entidade-irmã do Fórum Econômico Mundial, para integrar a comunidade de inovadores sociais ligada ao fórum.

Em seu discurso na Suíça, Athayde afirmou que o fórum econômico era muito importante para o mundo, mas que ele não poderia ser o único favelado a merecer esse prêmio —e, por isso, era preciso criar o fórum da própria favela.

“Minha agenda é democratizar tudo o que consegui, meu propósito é coletivo”, disse o empreendedor social à época.

Somente no Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas vivem em favelas, de acordo com dados do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em todo o mundo, o número de pessoas vivendo em moradias precárias chega a um bilhão, segundo a ONU.

“Acredito que o G20 seja um instrumento que pode viabilizar a comunicação entre aqueles que sofrem as consequências das desigualdades e aqueles que as têm produzido por tanto tempo”, afirma Athayde.

Dentre as questões que nortearão o Fórum Mundial das Favelas estão: redução das desigualdades; combate à fome e à pobreza; sustentabilidade;direitos humanos, raça e gênero; desafios das periferias em âmbito global.

“Os temas das favelas nunca estiveram presentes nos fóruns internacionais. Queremos justamente mudar isso”, diz o fundador da Cufa.

Folhapress
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