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Reunião do conselho político do governador Jerônimo Rodrigues (PT) 04 de maio de 2023 | 19:45

Reunião do conselho político de Jerônimo tem impasse sobre cargos no interior; debate a respeito das eleições municipais é adiado

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A primeira reunião do conselho político após a posse do governador Jerônimo Rodrigues (PT), realizada nesta quinta-feira (4) na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), terminou em um impasse na definição dos critérios sobre a distribuição de cargos do Estado no interior. Ao lado da apresentação de ações do governo, o tema ocupou as quase quatro horas de conversas, e o debate sobre as eleições municipais de 2024 ficou para ser iniciado em um novo encontro, que deve ocorrer na semana que vem.

O conselho político é formado pelos presidentes dos partidos da base, o que inclui aqueles que estão com Jerônimo desde o primeiro turno das eleições de 2022 (PT, PCdoB, PV, PSD, MDB, PSB e Avante), os que se aliaram no segundo momento da disputa (Patriota, PSOL e Podemos/PSC) e o Solidariedade, cujo comandante na Bahia, deputado estadual Luciano Araújo, aderiu em 2023. O líder do PP na Assembleia Legislativa, deputado Niltinho, também esteve presente, como revelou mais cedo este Política Livre.

O impasse na distribuição dos cargos no interior foi gerado pelo pleito dos deputados federais, defendido na reunião principalmente pela coordenadora da bancada baiana no Congresso, deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB baiano. Os congressistas desejam uma participação nos espaços municipais, como já tiveram na gestão do ex-governador Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil.

Os cargos no interior são divididos entre os regionais, também chamados de territoriais, e os municipais, que são exclusivos de cada cidade, envolvendo tanto nomeados quanto terceirizados. A proposta feita pelo governo, que já havia sido apresentada aos correligionários da Assembleia Legislativa no café da manhã com a bancada, na quarta-feira (3) – Jerônimo deixou claro, no entanto, que ainda precisava da aprovação do conselho político -, foi no sentido de que que os espaços regionais sejam distribuídos de acordo com a proporção da votação dos partidos da base em 2022, e isso permite que os deputados federais também possam ser contemplados pelas siglas.

A proposta para a distribuição dos cargos municipais feita aos aliados da Assembleia leva em conta exclusivamente a votação dos deputados estaduais da base eleitos em 2022. Por esse critério, os mais bem votados têm direito às melhores escolhas. Mas os federais reivindicam a divisão desse bolo.

Assim, o governo vai preparar uma nova sugestão, por meio da Secretaria de Relações Institucionais, para colocar na mesa na próxima reunião do conselho político, que deve ocorrer já na próxima segunda (8). Chegou-se a debater uma alternativa no encontro, pela qual os deputados estaduais dividiriam as indicações dos espaços municipais com os federais, mas com um peso de 50% a mais sobre o desempenho eleitoral, porém a ideia não agradou os aliados da Assembleia.

No entendimento da bancada estadual, os congressistas baianos já fazem indicações dos cargos federais do governo Lula (PT). Lídice rebateu esse argumento. Segundo relatos, ela disse que o Palácio do Planalto tem privilegiado, na liberação dos espaços, adversários de Jerônimo no Estado, como é o caso do União Brasil, ao invés dos aliados de primeira hora. Presidente do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar também apoiou o movimento de contemplar os federais nos espaços municipais.

Presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima levantou outro ponto, só que em relação aos cargos regionais. Ele questionou se, no caso da federação formada por PT, PCdoB ou PV, seria levado em conta o desempenho individual de cada legenda ou o dos três partidos unidos. O presidente do PV, Ivanison Gomes, defendeu que o justo é que a conta tenha como base a federação, pois os espaços terão que ser divididos entre as três siglas da mesma forma. Caso contrário, disse o “verde”, teria que ser rediscutido toda a formação do primeiro escalão.

Sobre os novos aliados, que não estiveram com Jerônimo na eleição, como o caso dos deputados estaduais do PP e parte do PL e do Solidariedade, ficou confirmado que esses parlamentares serão contemplados com espaços no interior após acordos individuais e dentro de uma cota pessoal do governador.

A respeito das eleições, a ideia do governador é que até o início do segundo semestre as conversas sobre critérios para definição de candidaturas da base estejam bem definidas. Mas o tema será abordado na próxima reunião do conselho político. Não se discutiu nem a questão de Salvador, como estava previsto.

Segundo relatos de participantes do encontro, Jerônimo estava bem-humorado e anunciou que irá apresentar, nas próximas reuniões, projetos impactantes para a Bahia. Embora comande um governo de continuidade, o petista quer deixar a própria marca.

Também estiveram presentes na reunião o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT) e os secretários estaduais Adolpho Loyola, (chefia de Gabinete), Luiz Caetano (Relações Institucionais) e Afonso Florence (Casa Civi).

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