29 abril 2024
Políticos peemedebistas detectaram, nos últimos dias, um aumento considerável no volume de pedidos de audiência com o vice-presidente da República, Michel Temer.
Um bom sinal para ele e um péssimo sinal para a presidente Dilma Rousseff e seu partido, o PT.
Mesmo tendo aparentemente arrefecido a discussão sobre um eventual impeachment da presidente, por falta de elementos jurídicos que até o momento o justifiquem, a procura por Temer mostra que o vice-presidente congrega hoje razoável expectativa de poder.
Algo que não irradiava até muito recentemente. E Dilma, ou sua fragilidade, misturada à dubiedade com que vem encarando os desafios representados por uma insatisfação generalizada que tende a crescer, é a maior estimuladora da recente afluência ao vice.
Com quase quatro anos de mandato ainda pela frente, ela simplesmente perdeu a chance de inspirar confiança na capacidade de enfrentar com sucesso os problemas que assomam à sua frente, a grande maioria dos quais causados por seu governo.
E só muita sorte para reverter o quadro a seu favor, porque competência já mostrou que não tem. Sem crédito político, a presidente deve começar a perceber, em breve, o aprofundamento de seu isolamento. Como iniciar um governo assim?
Pior: Como tocá-lo por quase quatro anos num cenário tão desfavorável? Ninguém sabe ainda, mas o instinto ou simplesmente o oportunismo político já passaram a fortalecer a rede de relacionamentos do vice.
Raul Monteiro