5 maio 2024
Desde que deixou a Bahia para assumir o Ministério da Defesa, em Brasília, Jaques Wagner (PT) afirmou a políticos próximos que não tinha o menor interesse em assumir a articulação política do governo Dilma Rousseff.
Então, avaliava que o posto exigiria muito empenho de seu ocupante, o que não estava disposto a fazer depois de ter passado oito anos à frente do governo do Estado.
Quando a crise engoliu a presidente, seu nome voltou a emergir como uma opção para o lugar do chefe da Casa Civil, o petista Aloízio Mercadante, cuja inaptidão para a função só não era percebida por Dilma.
O nome de Wagner sempre foi a alternativa pensada pelo ex-presidente Lula para o lugar de Mercadante. O propalado desentendimento entre Lula e a presidente foi, em dado momento, apontado como razão para Dilma não querer escolhê-lo.
A presidente poderia não se sentir à vontade com alguém que é muito mais ligado ao ex-presidente do que a ela num momento em que os dois não conseguem se entender.
Mas o que mais chama a atenção dos colegas petistas de Wagner tem sido sua determinação em não se envolver em qualquer disputa por espaço na articulação política do governo.
A postura seria parte de uma estratégia? Estaria Wagner se mantendo à distância a fim de se preparar para disputar a presidência em 2018 na hipótese de Lula não poder se candidatar?
Raul Monteiro