4 maio 2024
O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram notificados mais de 1,5 milhão de possíveis casos da doença, que resultaram em 811 mortes. Foi o ano em que o mesmo Ministério deixou faltar a substância necessária para os agentes. A informação sobre a falha do Ministério consta de uma excepcional análise que o secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas, faz em artigo publicado na edição de hoje do jornal A Tarde.
Situando a reintrodução da dengue no país há três décadas, Villas Boas decreta a falência da repetição das mesmas estratégias governamentais de enfrentamento ao mosquito aedes aegypt que, em sua avaliação, resultaram na acomodação diante do problema por parte da população, a qual passou a se acostumar e simplesmente conviver com os ciclos anuais das epidemias. Também aponta a incapacidade dos municípios, responsáveis pelo combate direto ao mosquito, em resolver o problema.
No texto, ele anuncia a criação, na Bahia, de um Centro de Operações de Emergências em Saúde, integrado por diversos níveis da secretaria, outras pastas e setores da sociedade, sob a sua coordenação. Sua idéia é dar uma resposta rápida à crise epidemiológica, a qual ganhou ares de premência depois da associação entre o mosquito e doenças como a síndrome de Guillain-Barré e a microcefalia. A Bahia também está à frente em estratégias inovadoras para combater o mosquito, diz o secretário.
Ele cita, por exemplo, uma tecnologia pioneira de Aedes transgênico cujos testes de campo reduziram em mais de 80% a população de mosquitos em Juazeiro. Fundamentais as iniciativas do governo baiano frente à grave crise epidemiológica que assombra o país. E ainda mais a análise honesta do secretário sobre o estágio lamentável em que o país se encontra frente a um problema que assume proporções assustadoras sem que se veja uma tomada de posição firme por parte do governo federal.