11 de janeiro de 2017 | 07:46

Rombo de Rio, Minas e Rio Grande do Sul será de R$ 19,5 bilhões

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Mesmo que a União costure um acordo emergencial para socorrer Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul – os três Estados em situação de calamidade financeira -, o alívio de R$ 12,9 bilhões com a eventual suspensão da cobrança de dívidas federais não será, sozinho, suficiente para solucionar a crise. Ainda restaria um déficit de R$ 19,5 bilhões para este ano, segundo dados dos próprios governos estaduais.É por isso que o governo federal continua trabalhando nos detalhes do acordo, sobretudo nas contrapartidas que serão impostas aos Estados, uma forma para tentar garantir de fato a resolução do problema no longo prazo. O programa de privatizações é visto como uma das alternativas para reduzir o tamanho da dívida dos Estados, mas os governos demonstram resistência em entregar seus ativos.Só o Estado do Rio prevê um rombo de R$ 19,3 bilhões neste ano, enquanto o alívio previsto com a suspensão das dívidas no ano é de R$ 6,45 bilhões. O valor inclui tanto débitos com a União quanto empréstimos e financiamentos garantidos pelo Tesouro Nacional, que passariam a ser pagos pelo governo federal nos próximos três anos. “O tamanho do problema do Rio é muito superior a qualquer tipo de alívio que o regime (de recuperação fiscal) possa fazer”, disse uma fonte do governo federal. No caso de Minas, o alívio seria de R$ 4,28 bilhões para um déficit de R$ 8,06 bilhões. No Rio Grande do Sul, o rombo previsto é de R$ 5 bilhões, e o alívio, de R$ 2,2 bilhões.No caso do Rio, diante da situação de emergência, o governo federal trabalha para costurar um acordo com o Estado, sob a chancela do Supremo Tribunal Federal (STF), resgatando os termos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), plano de ajuda emergencial que foi desfigurado na Câmara dos Deputados e, posteriormente, vetado pelo presidente Michel Temer. Nesta terça-feira, 10, o secretário da Fazenda do Rio, Gustavo Barbosa se reuniu por quase quatro horas com a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, para discutir os detalhes. Mesmo assim, o martelo só deve ser batido nesta quarta-feira, 11, e a apresentação dos termos deve ficar só para quinta-feira.

Estadão Conteúdo
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