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Interceptação telefônica da Carne Fraca flagrou Flávio Cassou e o fiscal Eraldo Cavalcanti Sobrinho tratando de exportação para a China 27 de março de 2017 | 06:55

PF vê descumprimento de normas da Agricultura em grampo entre funcionário da JBS e fiscal

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Grampo da Polícia Federal, na Operação Carne Fraca, flagrou o funcionário da Seara/JBS, Flávio Cassou, conversando com o fiscal Eraldo Cavalcanti Sobrinho, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sobre ‘oito certificados’ necessários para uma exportação para a China. Em relatório, a Federal apontou para ‘descumprimento de normas’. No diálogo capturado pela Carne Fraca, Flávio Cassou diz a Eraldo que tem ‘oito certificados aqui navio para embarcar’. “Pra China?”, questiona o fiscal. “Pra China, daí eu pensei o seguinte: que tal nós arriscar carcar o seu. Daí embarcar vai, se tiver que voltar nós trocamos, que você acha?”, propõe Cassou. “Lá no Ministério não tem ninguém habilitado?”, procura saber Eraldo. “Não tem mais ninguém. A Maria tá viajando; tem a Marcia, mas a Marcia eu já cansei de fazer dessa de mandar e voltar, o dela também não tá aprovado né”, explica o homem da JBS na Carne Fraca. “Eu tava pensando dentro daquele troço que os caras tão fazendo, numa dessa nós mandamos, a empresa tá consciente. Vou mandar com o risco de voltar e ter que ser trocado; a empresa topa.” “Mas chega lá não dá problema Cassou?”, pergunta Eraldo. “Não, não vai dar problema, porque eles não recebem, a empresa traz de volta, refaz e faz de volta com outros, anula aquele e faz um novo. Só que não perde o embarque né”, afirma Flávio Cassou. O fiscal responde. “Pois é, vamos pregar fogo né.” “Vamos pregar fogo. Daí, amanhã, eu mando pra você. Você me diz a hora que é bom, eu mando bater aqui, tem mais um ou dois aí eu já mando junto daí”, diz o funcionário da JBS. “Vou de manhã lá no Ministério, Cassou, acho que depois do almoço aqui né”, afirma o fiscal. Flávio propõe. “Uma hora duas horas na tua casa.” “Uma e meia, duas horas”, diz o fiscal. “Então não se assuste que vou mandar oito China pra você”, afirma Flávio. “Manda … assinamos aí”, diz o fiscal.

Estadão
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