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O deputado federal Bebeto quer ter sua reeleição à Câmara garantida no ano que vem 22 de julho de 2017 | 11:42

Os planos B e C do deputado federal Bebeto para o PSB em 2018

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Embora seja interpretada no governo como uma tentativa de valorizar o passe do partido e de suas principais lideranças, o movimento feito pelo deputado federal Bebeto pela filiação de quadros democratas ao PSB está além desse plano. Com medo de não conseguir se reeleger em 2018, caso a senadora Lídice da Mata seja excluída da chapa do governador Rui Costa (PT) e venha a disputar com ele as eleições à Câmara dos Deputados, Bebeto abriu diálogo intenso com dois líderes do DEM – o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Leonardo Prates, e o prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, sobre os rumos do PSB com vistas à sucessão estadual do ano que vem.

O objetivo é sinalizar aos operadores políticos de Rui Costa que o PSB não ficará no mato sem cachorro, caso não valorize a eventual participação de Lídice na chapa da reeleição, mas pode, como plano alternativo, efetivamente filiar as duas lideranças do DEM, lançando o prefeito de Feira ao Senado ao lado do prefeito ACM Neto (DEM), que deve disputar o governo do Estado contra o petista. O movimento seria muito parecido com o iniciado em 2014 pelo PRB, que afastou-se do PT para compor com o DEM e acabou reelegendo o deputado federal Bispo Marinho e ainda ganhando outra vaga na Câmara dos Deputados, com a eleição de Tia Eron.

“Com Zé Ronaldo candidato ao Senado e Leonardo Prates à Assembleia pelo PSB, o partido vai conseguir reeleger Bebeto e eleger Lídice da Mata à Câmara dos Deputados sem maiores dificuldades”, analisa uma fonte ligada a Bebeto para o Política Livre. Segundo ele, o sonho do parlamentar seria ver Lídice na chapa de Rui para não ter dificuldades de se reeleger deputado. Na hipótese – muito provável – de isso não acontecer, o outro plano de Bebeto seria levá-la ao rompimento com o governo e a redisputar o Senado na chapa de Neto, o que produziria um rombo no casco do barco petista semelhante ao que o hoje ministro Antonio Imbassahy (secretaria de Governo) provocou no do carlismo ao romper com o ex-senador ACM, em 2004.

Como não há hipótese de Lídice aceitar a proposta, Bebeto começou a trabalhar com a possibilidade de aliar-se ao prefeito de Salvador e trazer o presidente da Câmara e Zé Ronaldo pensando em lançar o prefeito de Feira na chapa de Neto. A conquista de Lídice para o projeto seria feita mediante a garantia de que o PSB elegeria duas vagas à Câmara dos Deputados – ela e Bebeto – e um acordo: a senadora ficaria livre para, mesmo no PSB, permanecer aliada de Rui Costa, defendendo sua candidatura ao governo contra a do prefeito de Salvador. “Bebeto está querendo dizer que o PSB não está morto nem aceitará passivamente ser escanteado pelo governo. Estamos entendendo seu movimento”, diz um deputado do PT ao Política Livre.

O parlamentar tampouco deseja tomar o PSB das mãos de Lídice, segundo garantem seus assessores comentam, mas assegurar a sobrevivência política de ambos. O diálogo entre Bebeto e o DEM se tornou possível por causa da excelente relação que ele possui com Leonardo Prates, a quem apoiou para a Câmara Municipal de Salvador. Foi Prates, por sua vez, que levou o DEM para a campanha de Bebeto à Prefeitura de Ilhéus, no ano passado.

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