Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
08 de agosto de 2020 | 12:00

Mercado de trabalho não dá qualquer sinal de recuperação, diz pesquisador

economia

Enquanto a pesquisa de emprego formal do Ministério da Economia, o Caged, mostrou uma redução no ritmo de demissões de trabalhadores com carteira assinada em junho, a Pnad Contínua, do IBGE, indica que os efeitos da pandemia de Covid-19 para o mercado de trabalho seguem devastadores.

No segundo trimestre deste ano, o primeiro inteiramente sob os efeitos da crise sanitária, 8,9 milhões de pessoas ficaram sem qualquer tipo de ocupação.

Para o economista Daniel Duque, pesquisador da área de Economia Aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas, os dados divulgados na quinta (6) pelo IBGE mostram uma continuidade na deterioração do mercado de trabalho.

“O que me surpreendeu foi que não houve qualquer sinal de recuperação ou de desaceleração da piora do mercado de trabalho pela Pnad Contínua”, diz.

A taxa de desemprego no trimestre, diz o pesquisador, só não foi pior porque as pessoas estão saindo da força de trabalho. Ou seja, quem foi demitido ou ficou sem poder trabalhar, como é o caso de muitos informais, ainda não está buscando emprego.

Para o IBGE, só está desempregado quem procurou vaga e não encontrou nos 30 dias anteriores à pesquisa.

O auxílio emergencial de R$ 600 também tem um efeito positivo sobre a taxa de desocupação. Por isso, Duque diz que deverá haver uma aceleração da taxa de desemprego se não houver a prorrogação do benefício pago pelo governo.

Folhapress
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