30 abril 2024
O Brasil precisa abrir negociações com novos fornecedores de vacinas e acelerar a ampliação da capacidade de produção dos laboratórios públicos para compensar o atraso na vacinação contra a Covid-19, diz um grupo de pesquisadores que monitora as políticas de enfrentamento da pandemia.
Ligado à Rede de Pesquisa Solidária, que articula várias instituições acadêmicas públicas e privadas, o grupo defende investimentos para ampliar também a capacidade das empresas privadas de absorver tecnologias de fabricantes estrangeiros e complementar a produção dos laboratórios oficiais.
O Brasil vacinou até a semana passada 21% de sua população adulta, mas só 11% com as duas doses necessárias. O Instituto Butantan, de São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, produzem as vacinas com insumos importados, mas encontram dificuldades para acelerar o ritmo.
Para Glauco Arbix, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisadores, a decisão dos Estados Unidos de apoiar a liberação de patentes de vacinas dos laboratórios estrangeiros poderá criar oportunidades para países como o Brasil, mas sem resultados no curto prazo.
Num estudo que a Rede divulgará nesta segunda-feira (10), Arbix e Fernanda Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério da Economia, defendem um esforço internacional para coordenar o processo de transferência tecnológica e distribuir seus benefícios de forma equitativa.
Ricardo Balthazar/Folhapress