4 maio 2024
A oferta subsequente de ações (follow on) para a venda das ações da BR Distribuidora detidas pela Petrobrás deverá ser lançada na quinta-feira, 17, para ter o preço definido no dia 30 deste mês, apurou o Estadão. O Conselho de Administração da estatal bateu o martelo sobre a venda da participação no fim da semana passada.
A decisão do desinvestimento em si já tinha sido tomada no começo do ano passado, na gestão de Roberto Castello Branco, mas a operação foi atrasada por conta da pandemia, que afetou o preço das ações da companhia na Bolsa brasileira. Agora a operação também foi referendada pela administração de Joaquim Silva e Luna.
A estatal possui atualmente 37,5% das ações da BR, o que vale algo em torno de R$ 11,25 bilhões. Até o fim de 2017 a Petrobrás era dona de 100% da distribuidora de combustíveis, mas vendeu no fim daquele ano cerca de 30% da companhia, por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês), colocando R$ 5 bilhões no caixa. Dois anos depois, em uma nova oferta via Bolsa de Valores, a estatal vendeu uma fatia de 30%, que somou mais de R$ 8 bilhões, operação que marcou a privatização da BR.
A venda da fatia restante, de 37,5%, estava aguardando a valorização do preço da ação da BR, que recebeu neste ano um impulso com a chegada de Wilson Ferreira Jr., que saiu da Eletrobrás para assumir o comando da BR. A companhia esperava que o papel voltasse, ao menos, para o mesmo preço que vendeu na oferta em 2019 – a ação saiu na ocasião por R$ 24,50 na oferta. Atualmente, após uma alta de 30% neste ano, a ação está valendo R$ 26,60 na B3.
No mercado, a privatização da BR foi apontada como um modelo a ser seguido: foi toda feita no mercado de capitais e pulverizou o capital. Estruturam a oferta Morgan Stanley, Itaú BBA, Citi e XP.
Procurada, Petrobrás não comentou.
Estadão Conteúdo