02 de março de 2012 | 06:39

EXCLUSIVO: Disputa na CNB emperrava indicação de Gabrielli

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Anunciada há mais de um mês pelo governo da Bahia, a vinda de José Sérgio Gabrielli para integrar a administração estadual emperrou onde o petista menos esperava: sua tendência interna, a Construindo um Novo Brasil (CNB). Na Bahia, a tendência está rachada em duas – Articulação CNB e CNB -, e as duas partes não se entenderam sobre a permanência de Zezéu Ribeiro no governo. Parte dos integrantes defendia o ingresso de Gabrielli, mas não na mesma pasta de Zezéu. O próprio secretário demissionário e seus aliados chegaram a esboçar essa tese. A ideia era ter duas pastas sob controle da corrente.

A situação ficou tão ruim na CNB que uma reunião foi marcada para esta semana a fim de discutir a situação, mas acabou não acontecendo. Integrante da CNB, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, se irritou ao ser questionado por este Política Livre, sobre a reunião. Disse que não falava pela tendência, que representa o partido inteiro e mandou recado: “Se alguém estiver falando pela tendência está incorrendo em grave infração do Estatuto do partido. As tendências não têm posição pública”.

De fato, publicamente, nenhum parlamentar da CNB quis confirmar as informações que integrantes da tendência divulgavam nos bastidores. Tampouco, os deputados da Articulação CNB. Ouvido por este site, o deputado federal Emiliano José, um aliado próximo de Gabrielli, colocou panos quentes. “Não confirmo (a disputa). Não temos como interferir nisso (na nomeação de Gabrielli). Não é uma coisa de corrente. O PT todo encara com muito carinho a chegada de Zé Sérgio. Essa é uma decisão do governador”, declarou Emiliano, que apostou na nomeação de Gabrielli em poucos dias, fato que se consuma agora.

A CNB, então, apontou para a secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), mas aí foi outro problema que não deixou o processo andar. Apesar de estar de saída para ser candidato em Senhor do Bonfim, o secretário Carlos Brasileiro é de outra tendência, a Reencantar. O governador Jaques Wagner se viu, então, em uma sinuca de bico. Se desse a Sedes para a CNB, desagradaria a Reencantar, que não se vê contemplada com a Casa Civil, onde Rui Costa, integrante da tendência, foi nomeado por indicação pessoal de Wagner.

Thiago Ferreira
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