14 de maio de 2015 | 20:46

Vereador pede ao MP apuração de truculência de seguranças das lojas Casas Bahia e Magazine Luiza

salvador

O líder da oposição na Câmara de Vereadores de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), encaminhou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) mais uma denúncia de violação de direitos. Desta vez, o edil pede apuração de uma ação de truculência e racismo cometida por seguranças das lojas Casas Bahia e Magazine Luiza. Jeferson dos Santos Neves, de 21 anos, prestou queixa na 5ª Delegacia de Polícia (Periperi), relatando que ficou preso em uma sala e foi brutalmente agredido pelos funcionários, “que o confundiram com outro homem acusado de roubo”. “Trata-se de um caso frequente na capital baiana e nas centenas de cidades em todo o país. Como representante do povo, me sinto no dever de procurar órgãos competentes para advogar a causa pela sociedade e buscar soluções”, explica o petista. Suíca também direcionou o ofício à secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, comunicando o fato e pedindo ao Governo do Estado ações preventivas junto aos empresários para coibir práticas de preconceito racial nos estabelecimentos comerciais. “Infelizmente, a data de ontem, dia de abolição da escravatura, reflete o quanto esse regime autoritário ainda permanece entre nós, só que de forma covarde e disfarçada no preconceito que herdamos”, lamenta. O caso envolvendo Jeferson aconteceu no último sábado (9), segundo depoimentos do jovem. Ele se dirigiu aos estabelecimentos comerciais para comprar o presente de sua mãe, uma batedeira, depois de fazer pesquisa de mercado. Após comprar o produto na Casas Bahia foi instruído a retirá-lo na Magazine Luiza, onde foi surpreendido por um vigilante desta loja, que o acusava de furtar um aparelho de som no dia anterior (8). “É um ladrãozinho da área”, esbravejava um dos funcionários que, sem dar chance para Jeferson explicar os fatos, se referia ao jovem como “alguém que aparecia em uma suposta imagem com registro de roubo em celular”. “Eles partiram pra cima de mim com socos em meu rosto e estômago, além de me atacar com o cabo de revólver”, relata Jeferson Neves. O jovem tentou apresentar aos seguranças cópia da folha de pontos onde trabalha como agente de limpeza no Hospital Santa Izabel, provando não ter ligação com a acusação dos funcionários. Neves só foi liberado quando os próprios agressores reconheceram o equívoco. “Fiquei por muito tempo preso na sala, até que vieram a mim pedindo desculpas e dizendo se lamentar pelo ocorrido”, conta. Jeferson foi liberado, “mas forçado a sair pela porta dos fundos”.

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