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Rui vence na Assembleia com apoio apenas da oposição e dos petistas 09 de junho de 2015 | 21:51

Oposição se une a PT e aprova projetos de Rui

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A articulação política do governador Rui Costa (PT) conseguiu hoje um feito na Assembleia Legislativa. Aprovou dois projetos de interesse do governo com o apoio apenas da oposição e dos deputados petistas. A grande maioria dos deputados dos demais partidos da base ausentou-se do plenário, mas ninguém teve coragem de pedir verificação de quórum, o que teria feito a sessão cair, impedindo a votação.

As matérias aprovadas envolvem a cessão de duas rodovias baianas (BAs) à União, sem ônus para o Estado, a fim de que o governo federal as recupere, proposta relatada pelo deputado oposicionista Pablo Barroso, do DEM, e a cessão de um terreno para a construção do projeto Minha Casa, Minha Vida, também do governo federal. Os deputados da oposição têm uma explicação para o resultado da votação.

Eles alegam que teriam deixado de fazer um jogo a que se habituaram nos últimos meses: ajudar os governistas que pressionam por cargos ou outras demandas junto ao governo a barganhar com o executivo. “Como julgamos que os projetos não prejudicam o Estado, aceitamos votar com o PT os dois projetos, rejeitando a proposta de alguns governistas para que derrubássemos as matérias”, disse um oposicionista sob o compromisso de não ser identificado.

Segundo ele, irritados com uma repartição do poder no governo que consideram desigual entre os deputados do PT e os demais aliados, parlamentares da base tentaram convencer a oposição a impor uma derrota ao governo, mas foram surpreendidos com a negativa do grupo em colaborar com eles. “Ficou deliberado que, a partir de agora, não faremos este jogo, que só beneficia os próprios governistas”, contou um outro deputado da oposição.

Apesar de os oposicionistas não admitirem, o resultado da votação de hoje mostra também que o governo Rui Costa abriu um canal de interlocução com a oposição que simplesmente inexistia na gestão passada, de Jaques Wagner, promovendo uma inflexão na relação com o grupo que pode resultar numa alteração na correlação de forças atual no Legislativo.

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