05 de outubro de 2015 | 09:09

Em defesa do Sistema S, ato reúne 10 mil pessoas na Barra

salvador

Quando começou o curso de Madeira e Mobiliário no Senai Dendezeiros, em maio do ano passado, a estudante Adriele Reis, 18 anos, estava cheia de expectativas. Para se dedicar totalmente às aulas, no período da manhã, chegou até a recusar propostas de emprego em tempo integral. Valia tudo pelo curso, com conclusão prevista para janeiro de 2016. “Meu plano era fazer o técnico em Edificações logo depois, porque quero continuar me aprimorando na área”, conta.No entanto, agora, o cenário é de incerteza. No ano que vem, a oferta de matrículas gratuitas nos cursos técnicos do Senai deve diminuir — serão 6.200 vagas a menos. “Agora, não sei mais se vou conseguir. É desesperador e sei que muita gente também não vai ter oportunidade”, diz ela, que recebeu uma bolsa pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A diminuição de oferta das matrículas no Senai é só uma das consequências da redução de 30% do que é repassado ao chamado Sistema S, que ainda inclui Sesi, Senac e Sebrae. A medida faz parte do pacote fiscal anunciado pelo governo federal no mês passado para ajustar as contas do país. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fieb), Ricardo Alban, a diminuição no orçamento disponível pode chegar a R$ 100 milhões na Bahia. “Se tem uma coisa que é bem feita no nosso país é o Sistema S, que é referência para muitos países pelo mundo. Não faz sentido mexer nele, principalmente, em um momento de crise econômica, que traz crise social, desemprego, violência. O simples pensamento de cortar do Sistema S é de uma incoerência absurda”, afirmou, ontem, durante manifestação realizada pela Fieb no Farol da Barra.

Correio*
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