Foto: Manu Dias/AGECOM
Eugênio Spengler, secretário de Meio Ambiente 21 de outubro de 2015 | 11:15

Estado quer usar recursos do Banco Mundial para monitorar região de urânio

bahia

O governo baiano quer usar recursos de uma operação de crédito firmada com o Banco Mundial (Bird) para iniciar o programa de monitoramento de águas profundas na região de Lagoa Real e Caetité, onde está localizada a única mina de exploração de urânio de toda a América Latina. A proposta foi anunciada na terça-feira, 20, durante audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Segundo Eduardo Topázio, coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão do governo da Bahia responsável pela gestão de águas no Estado, um termo de referência para oficializar o pedido já está pronto e será encaminhado ao Bird nos próximos dias. A ideia é sacar recursos de um acordo firmado ainda em 2012 entre o governo baiano e o Banco Mundial, o qual prevê, entre outras ações, que o Inema receba US$ 12,8 milhões para programas ligados à água. “O projeto de monitoramento deverá custar de US$ 1 milhão – o equivalente a R$ 3,9 milhões – e dará início ao nosso programa de fiscalização das águas profundas”, disse Topázio. A medida faz parte das mobilizações do governo baiano, que tenta dar uma resposta efetiva às denúncias de contaminação de água por urânio. No início deste mês, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão do governo da Bahia responsável pela gestão de águas no Estado, confirmou a presença de alto teor de urânio em um poço da zona rural de Lagoa Real, no sudoeste do Estado, em volume quatro vezes acima do limite tolerado para o consumo humano. A promessa agora é que centenas de poços da região passem a ser alvos de um monitoramento permanente da qualidade da água. Atualmente, o único monitoramento realizado na região está restrito às águas superficiais. Segundo Eugênio Spengler, secretário de meio ambiente da Bahia, a região será a primeira do País a ter monitoramento subterrâneo, com equipamentos que forneçam dados em tempo real sobre a qualidade da água. “Nossa expectativa é de que, entre um ano e 18 meses, tudo esteja em funcionamento”, disse.

Estadão
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