20 de outubro de 2015 | 10:41

IAB reage à indicação de ex-executivo da Anatel para o Iphan

bahia

O Departamento da Bahia do IAB-Instituto de Arquitetos do Brasil manifestou, em Carta Aberta à Sociedade, o repúdio da entidade frente à nomeação para o cargo de superintendente do IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Estado da Bahia, conforme publicação no DOU-Diário Oficial da União na última sexta-feira,16. Sobre a nomeação do ex-gerente executivo da Anatel-Agência Nacional das Telecomunicações, Fernando Ornelas, o IAB diz tratar-se de “pessoa sem qualquer experiência ou qualificação prévia na área de preservação do patrimônio cultural, indicada exclusivamente por questões político-partidárias”.No documento, aprovado por unanimidade pelo Conselho Diretor do IAB-BA, é salientado que o Iphan é uma “autarquia federal com 78 anos de serviços prestados à sociedade brasileira, sendo umas das mais antigas e reconhecidas instituições da área de preservação do patrimônio cultural no mundo”. Sustenta que “ao longo de quase oito décadas, a Superintendência do Iphan na Bahia foi ocupada exclusivamente por profissionais atuantes na área”.Para a presidente do IAB, Solange Souza Araújo, “a utilização do cargo como moeda de troca em negociações políticas, como ocorre neste momento, é ainda mais grave considerando a atual situação do Centro Histórico de Salvador, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1985, e que se encontra em avançado estado de degradação e arruinamento”.A presidente ressaltou, fazendo eco à Carta, o quanto “tal condição levou o IAB-BA, junto com outras instituições, a denunciar essa situação à Unesco, sugerindo, inclusive, a inclusão do sítio histórico de Salvador na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo”. Neste contexto, é sugerido no documento firmado pelos arquitetos baianos, que o novo superintendente do Iphan na Bahia “deveria ser alguém com experiência e qualificação na área, em condição de dialogar com a sociedade civil e com os especialistas, e não uma pessoa absolutamente estranha à área e que assume o cargo para atender demandas circunstanciais”.

Tribuna da Bahia
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