02 de janeiro de 2016 | 09:01

Mais dois focos de incêndio surgem no Parque Nacional do Monte Pascoal

bahia

Mais dois focos de incêndio florestal foram descobertos na última quinta-feira, 31 de dezembro, no Parque Nacional do Monte Pascoal, em Porto Seguro, no Extremo-Sul da Bahia. O parque sofre com incêndios há cerca de dois meses e 5,05% dos 22.383 hectares de Mata Atlântica já foram queimados – o que corresponde a 1.127,96 hectares. “Isso já foi destruído, mas agora está aumentando”, lamentou a chefe do Parque, Raquel Mendes Miguel.Segundo ela, os focos mais recentes vinham sendo controlados quando mais dois surgiram na região leste do parque. Eles ainda ficam distantes do Monte Pascoal, considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1999, mas há a preocupação de que o fogo chegue até lá, já que os incêndios, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque, são criminosos. De acordo com Raquel, eles começaram após uma ação de fiscalização no local contra a extração ilegal de madeira, que aconteceu nos meses de novembro e dezembro. A madeira é extraída ilegalmente, conforme o ICMBio, para produção de artesanato para comercialização e confecção de estacas para cercas.“Estas operações resultaram em flagrantes, apreensões de madeiras cortadas e equipamentos utilizados para extração ilegal, e as pessoas envolvidas foram conduzidas à Delegacia da Polícia Federal”, diz o ICMBio, em nota. Ainda em nota, o Instituto conta que, além de provocar os incêndios, os grupos responsáveis pela extração ilegal da madeira também provocaram danos em um veículo oficial.Dentro dos 22.383 hectares de Mata Atlântica, há terras indígenas habitadas por índios pataxós. De acordo com o guia turístico Antiwab Pataxó, que trabalha há seis anos na região, 38 comunidades indígenas vivem em torno do Parque. Segundo ele, o fogo foi amenizado depois que a comunidade se reuniu para ajudar as brigadas de incêndio. “Já teve outros incêndios, só que antes estava mais organizado. Hoje não está mais como era antes”, disse.

Correio*
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