03 de outubro de 2016 | 14:30

Diretor do Instituto Nacional de Câncer é exonerado sem aviso

brasil

O diretor geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luís Fernando Bouzas, foi exonerado do cargo na quarta-feira, 28. Com 33 anos de serviços prestados ao Inca, ele não recebeu nenhum comunicado sobre a demissão. Trabalhava normalmente, quando um funcionário o avisou que a sua substituição havia sido publicada no Diário Oficial, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Bouzas ficou menos de onze meses no cargo. “Infelizmente resta a magoa da forma como fui destituído do cargo. Não houve por parte dos responsáveis por este ato o respeito necessário ao servidor de 42 anos de serviço público, sendo 33 só no Inca, na comunicação de minha exoneração. Não existe motivador, segundo os próprios , a não ser a distribuição de cargos acordada entre políticos, fato este que tem se tornado cada vez mais frequente em nosso País. Este motivador torna-se um empecilho para as atividades das instituições sérias que deveriam ter seus gestores escolhidos por capacidade técnica e não por indicação de políticos que nem sempre tem boas intenções nestas escolhas.”, escreveu Bouzas em seu perfil no Facebook, na sexta-feira. Ele informa que retomará as funções de pesquisa e assistência. Bouzas dirigiu por 11 anos o Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo), antes de assumir a direção geral do Inca. Sob sua gestão, o número de doadores cadastrados passou de 50 mil, em 2004, para 3,8 milhões, ano passado. Para o seu lugar, foi nomeada a médica Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, funcionária de carreira do Inca. A exoneração de Bouzas foi classificada como arbitrária pela Associação dos Funcionários do Instituto Nacional do Inca (Afinca), em nota publicada pela entidade.

Estadão Conteúdo
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