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Partido foi um dos maiores derrotados nas eleições do último domingo (2) 05 de outubro de 2016 | 15:30

PT culpa Operação Lava Jato por seu declínio no país

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O comando do PT avaliou, nesta quarta-feira, 5, que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi a maior responsável pela derrota do partido nas eleições municipais. Na primeira reunião após perder 256 das 635 prefeituras sob seu comando, a Executiva Nacional do PT não escondeu o abatimento com o declínio da legenda e mostrou divergências sobre os rumos a seguir daqui para a frente. “É muito difícil acertar rumos no meio de uma guerra”, afirmou o deputado Reginaldo Lopes (MG), que disputou a eleição para a prefeitura de Belo Horizonte e ficou em quarto lugar. Secretário de Assuntos Institucionais do PT, Lopes deixou a reunião dizendo que o partido precisa mudar não apenas sua direção, mas também o discurso. “O PT deve uma satisfação à sociedade. Não adianta ficar falando da crise e não apresentar propostas para o País”, afirmou ele. “Um partido ganha voto no campo das ideias. Se ficar só na tese do golpe, aí é dialogar com uma bolha muito pequena, que já é nossa. A sociedade quer saber como vai retomar o emprego e melhorar de vida”, emendou, numa referência ao discurso do “golpe”, adotado para explicar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A reunião da Executiva do PT começou pouco antes de ser divulgada a notícia de que a Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob suspeita de corrupção. Lula é acusado de receber parte de uma propina de R$ 20 milhões que teria sido paga pela empreiteira Odebrecht à Exergia. A empresa pertence a Taiguara Rodrigues, que o ex-presidente trata como sobrinho. Uma ala do PT quer que Lula assuma a direção do partido no início do ano que vem. “Não é uma questão de nomes. Na situação em que estamos, nem Jesus Cristo resolveria”, disse Lopes. “Tem uma barreira e as elites conseguiram criminalizar a estrela, o 13 e a marca PT.” Na terça-feira, a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, se reuniu com o presidente do partido, Rui Falcão. A portas fechadas, o diagnóstico foi o de que a eleição representou “um tiro no peito” do partido e que o cenário é “trágico”.

Estadão
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