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Cenpes 11 de abril de 2017 | 07:10

Lava Jato pede R$ 41,3 mi de ‘réus abastados’ no caso Cenpes

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O Ministério Público Federal requereu, em alegações finais, ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e outros quatro investigados paguem R$ 41.316.201,52 à Petrobrás. O montante cobrado de ‘réus abastados’, pela Operação Lava Jato, corresponde ao dobro do valor total das propinas pagas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). “Não se trata de criminalidade de rua, influenciada pelo abuso de drogas ou pela falta de condições de emprego, ou famélica, decorrente da miséria econômica. São réus abastados, que ultrapassaram linhas morais sem qualquer tipo de adulteração de estado psíquico ou pressão, de caráter corporal, social ou psicológico”, afirma a força-tarefa da Lava Jato. As alegações das defesas deverão ser entregues até 5 de maio. Segundo o Ministério Público Federal, para ‘um grupo de indivíduos que loteou os mais diversos setores da Administração Pública, a aplicação da lei não pode ser branda e neutra’. “Faz-se por necessário uma reprimenda em caráter específico a este sentimento de superioridade, como corolário inafastável do princípio da igualdade de todos perante a lei”, observam os procuradores Deltan Martinazzo Dallagnol, Antonio Carlos Welter, Carlos Fernando dos Santos Lima, Januário Paludo, Isabel Cristina Groba Vieira, Orlando Martello, Diogo Castor de Mattos, Roberson Henrique Pozzobon, Julio Carlos Motta Noronha, Jerusa Burmann Viecili, Paulo Roberto G. de Carvalho, Athayde Ribeiro Costa e Laura Gonçalves Tessler, que subscrevem as alegações finais. Segundo a Procuradoria da República, o contrato entre a Petrobrás e o Consórcio Novo Cenpes, formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Schahin, Construbrase e Construcap, inicialmente de R$ 850 milhões saltou para R$ 1 bilhão, depois de sucessivos aditivos. A força-tarefa da Lava Jato aponta que executivos do Consórcio Novo Cenpes pagaram mais de R$ 20 milhões em propinas para funcionários do alto escalão da Petrobrás e representantes do PT, que dava sustentação política aos funcionários corrompidos. Nesta ação, 14 investigados são réus.

Estadão
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