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Rodrigo Janot 11 de abril de 2017 | 06:40

‘Não há super-homem na Lava Jato’, diz Janot

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Em compromisso oficial em Tóquio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez palestra na embaixada brasileira sobre a luta contra a corrupção e as mudanças no cenário interno e na cooperação com outros países que permitiram ao Brasil chegar aos resultados da Operação Lava Jato. As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação Estratégica da Procuradoria. Para Janot, ‘não existe super-homem nesse processo’. “Isso foi fruto do desenvolvimento das várias instituições que trabalham de forma integrada e esse preparo se deu ao longo do tempo”, disse. Janot explicou que há uma evolução na cooperação dos órgão de controle no Brasil, o que permite um trabalho estruturado do Ministério Público com o Ministério das Relações Exteriores, Polícia Federal, Banco Central, Receita, Judiciário. Ele citou números da Operação Lava Jato ao longo de três anos de investigação, entre os quais destacou mais de 160 acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas, sendo 136 com acusados em liberdade, ou 85% deles, o que rebate a ideia de que as prisões são usadas para forçar a colaboração. O procurador-geral mencionou ainda os 183 pedidos de cooperação internacional, sendo 130 formulados a 33 países diferentes e 53 pedidos feitos ao Brasil por 24 países. “Sem a cooperação jurídica internacional, a investigação não poderia ter chegado onde chegou”, afirmou. Destacou ainda que, somente no Supremo Tribunal Federal, foram apresentadas até agora 20 denúncias contra 68 acusados. Dessas, seis já se tornaram ações penais. Para chegar a esses resultados, Janot relatou alterações no Brasil. O Ministério Público começa a adotar instrumentos de gestão pública, investe em tecnologia de informação e trabalha intensamente com a cooperação jurídica internacional, assinalou. “O ponto de inflexão vem com a Constituição Federal, que transforma o Ministério Público em instituição autônoma e independente. A escolha do procurador-geral da República sofreu uma mudança: o recrutamento era amplo e hoje passa a ser necessariamente dentro da carreira. O nome é escolhido pelo presidente da República, submetido à sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aprovado por maioria absoluta dos senadores para mandato de dois anos.”

Estadão
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