22 de abril de 2017 | 10:30

Sobrinha de ministro do TCU ‘sabia porque foi contratada pela Odebrecht’, diz delator

brasil

A contratação da sobrinha do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carreiro pela Odebrecht fez parte de um acordo para influenciar a decisão da Corte que destravaria um processo contra o edital de construção de Angra III, no Rio, segundo o executivo da construtora, Henrique Pessoa Neto. As solicitações, de acordo com o empresário, partiram da UTC Engenharia, que liderava o consórcio e acompanhava os processos no TCU. Fernanda Carreiro, sobrinha do ministro do TCU, trabalhou para a Odebrecht como auxiliar administrativa entre 2013 e 2015. Além dela, o delator alega ter sido necessária a contratação, pelo consórcio, do advogado Tiago Cedraz, filho do ex-ministro do TCU Aroldo Cedraz, por R$ 1 milhão. De acordo com o depoimento, nenhum serviço foi prestado pelo parente do ex-integrante da corte. Quando se pré-qualificou à construção de Angra III, o consórcio liderado pela UTC Engenharia foi alvo de uma representação no TCU de um concorrente do edital. O relator era o ministro Raimundo Carreiro. “O consórcio tinha contratado um advogado específico. Mas ele fazia um acompanhamento natural e a coisa não andava. Em uma das reuniões, o Miranda [Antonio Carlos Miranda, da UTC Engenharia] trouxe a informação de que tinha um caminho para resolver o problema. Seria através da contratação de um advogado”.

Estadão
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