Senadora Gleisi Hoffmann 30 de abril de 2018 | 21:47

PF seguiu rastro da propina da Odebrecht até marqueteiro de Gleisi

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, detalhou, em denúncia apresentada nesta segunda-feira, 30, a rota identificada pela Polícia Federal entre o departamento de propinas da Odebrecht e empresa responsável pela campanha da senadora Gleisi Hoffmann em 2014. A presidente nacional do PT, o ex-presidente Lula, os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo, e o empresário Marcelo Odebrecht foram acusados de lavagem de dinheiro e corrupção.A peça acusatória destaca que a ‘investigação feita pela autoridade policial coligiu muitos documentos, apreendidos por ordem judicial de busca e apreensão (como planilhas, e-mails), inclusive mediante quebra de sigilo telefônico, requeridas pelo Ministério Público Federal’.A denúncia narra que R$ 5 milhões saíram do departamento de propinas da Odebrecht para a campanha de Gleisi, dos quais R$ 3 milhões foram registrados junto à Justiça Eleitoral. Dentro do valor declarado, Raquel diz que R$ 1,8 milhão são correspondentes a lavagem de dinheiro – despesas que efetivamente não foram realizadas.A denúncia expõe que Gleisi fez, em datas próximas aos supostos repasses, 13 ligações para o delator da Odebrecht, Benedicto Júnior, o ‘BJ’. Seu chefe de gabinete, Leones Dall’Agnol, também fez outras quatro ligações e enviou mensagens de texto ao celular do executivo.Paralelamente aos contatos, a procuradora-geral destaca que o departamento de propinas da Odebrecht providenciava os pagamentos via doleiros.Dados do Drousys, sistema de contabilidade das vantagens indevidas da empreiteira, dão conta de datas dos repasses a endereços de marqueteiros de campanha de Gleisi.“É que, ao lado da planilha47(fl. 429), consta anotação de entrega para pessoa de nome BRUNO, telefone 11 986080551, no endereço da rua Gomes de Carvalho, 921, 5° andar, São Paulo/SP, e ainda as iniciais ‘FM’, ‘C/FM’, ‘e-mail’, que relacionam a planilha a Fernando Migliaccio, executivo da Odebrecht responsável pela implementação do pagamento da ‘propina’.”

Estadão
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