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Funcionários montavam ontem o palco da Força 01 de maio de 2018 | 07:13

Sem verba do imposto sindical, centrais encolhem eventos do 1º de maio

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Na primeira comemoração do Dia do Trabalho após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, a festa encolheu, um efeito principalmente do fim da contribuição sindical obrigatória. O evento que tradicionalmente reúne o maior público na data, realizado pela Força Sindical em São Paulo, perdeu R$ 500 mil em investimento. Na festa anterior foram gastos R$ 2,5 milhões, valor que, na média, vinha sendo mantido havia alguns anos. “Os sindicatos, que também bancam parte da festa, estão sem condições financeiras”, justificou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Este ano, o número de carros a serem sorteados, um dos grandes atrativos do evento que já chegou a ter público de mais de 1 milhão de pessoas, também diminuiu, e haverá menos “estrelas” se apresentando no palco hoje. A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também sentiu a mudança de cenário. Depois de ter feito uma festa grandiosa no Sambódromo de São Paulo no ano passado, com cantores como Emicida e Fernando & Sorocaba, a central não programou evento para hoje. “A ideia era repetir o formato (da comemoração), mas a reforma afetou nossa estrutura”, disse Álvaro Egea, secretário-geral da CSB. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que costuma fazer atos mais modestos, vai focar seus eventos pelo Brasil na defesa da liberdade do ex-presidente Lula, condenado e preso na Operação Lava Jato. A central programou atos em diversas cidades – em São Paulo será na Praça da República, a partir das 12h. O principal ato deste ano será em Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril (leia mais na página A9). A reforma trabalhista deve ser o principal alvo das críticas econômicas dos sindicatos nos eventos de hoje. “Ao contrário do que prometiam seus defensores, a reforma não reduziu a insegurança jurídica, ao contrário, aumentou; também não está gerando empregos e nem modernizou as relações trabalhistas”, afirma Álvaro Egea, secretário-geral da CSB. Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), “a reforma é mentirosa e criminosa”. A entidade este ano focou suas ações em um seminário sobre a indústria 4.0 e o emprego do futuro e em um debate com candidatos à presidência da República. Leia mais no Estadão.

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