08 de outubro de 2018 | 11:50

Após declarar voto em Haddad, mestre de capoeira é assassinado por eleitor de Bolsonaro

brasil

O mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi assassinado a facadas, em um bar na Avenida Vasco da Gama, próximo ao Dique do Tororó, em Salvador, após declarar que votou em Fernando Haddad (PT) nas eleições 2018 e fazer críticas ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. O crime aconteceu por volta de 3 horas desta segunda-feira, 8. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o assassino tinha chegado ao bar gritando o nome de Bolsoraro. A perícia identificou que as 12 facadas proferidas pelo criminoso atingiram a região das costas de Katendê. Um amigo do mestre de capoeira, que tentou defendê-lo do ataque a faca, também ficou ferido. O amigo, que seria um dos irmãos do mestre de capoeira, foi atingido no braço e socorrido por no Hospital Geral do Estado (HGE), que fica nas imediações. Ele está sedado. O autor do crime foi preso por policiais militares da 26.ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). Segundo relatos à polícia, o mestre de capoeira bebia com o amigo quando o criminoso chegou ao bar. Após Moa do Katendê e o agressor defenderem seus candidatos, começou uma discussão. Depois disso, de acordo com o registro policial, o autor das facadas foi à sua casa pegar a peixeira com a qual atacou a vítima por trás. Em nota, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou que foi alertada pelo Centro Integrado de Comunicações (Cicom) sobre a uma ocorrência com dois homens atingidos por golpes de faca, o que fez a corporação deslocar uma equipe para a região. “Os policiais avistaram um rastro de sangue que levava até uma casa e prenderam em flagrante o homicida escondido no banheiro. Ele já estava com uma mochila com roupas no intuito de fugir”, informou a nota da PM baiana. Ainda de acordo com a polícia, o autor do crime foi levado para o HGE para ser medicado, pois estava com um corte no dedo, e depois apresentado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Amigos e parentes de Moa do Katendê ficaram chocados com a notícia. Ligado a movimentos culturais em Salvador e à militância negra, o mestre de capoeira é descrito como “batalhador” e “homem aguerrido” por conhecidos e companheiros de militância.

Estadão
Comentários