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O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo 25 de setembro de 2019 | 21:45

Em reunião com Trump, Araújo cita ‘estratégia de desgaste’ contra Venezuela

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Após reunião do Grupo de Lima nesta quarta-feira, 25, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse que os países não irão diminuir a pressão sobre o regime do presidente Nicolás Maduro na Venezuela. Sem novas ações ou medidas negociadas no encontro, Araújo disse que há um “trabalho de desgaste”. “Toda essa mobilização que está havendo, é um trabalho de desgaste. Achamos que há um desgaste do regime, que está perdendo cada vez mais apoio e cada vez que acham que as pessoas vão cansar, que haverá um deixa para lá, fica claro que isso não existe. Os países democráticos da região não vão descansar enquanto não ajudarem a mudar isso”, disse o chanceler a jornalistas. Araújo representou o Brasil em encontro dos países do Grupo de Lima com Trump. Foi a terceira reunião multilateral na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a situação da Venezuela desde segunda-feira. No encontro, Trump disse que o “socialismo destruiu a Venezuela” e que o que Maduro quer é “poder e dinheiro”. “Hoje os venezuelanos estão famintos e estão morrendo pela falta de medicamentos. Nós vamos apoiar o povo da Venezuela todos os dias”, disse Trump. Os EUA têm lançado mão de sanções econômicas e políticas contra o entorno de Maduro, e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino. A saída de John Bolton do Conselho de Segurança Nacional gerou especulações sobre a nova rota que os americanos devem tomar na condução da situação da Venezuela. Considerado linha-dura, Bolton era um dos apoiadores de maior pressão sobre Maduro. Além de Trump, estiveram presentes na reunião os presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Equador, Rafael Moreno, e do Chile, Sebastián Piñera. Araújo voltou a dizer que a hipótese de uma intervenção militar na Venezuela “nunca foi colocada e continua não sendo”. Nesta semana, os países signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) aprovaram também em Nova York um documento que permite a identificação e sanção de membros do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, vinculados a atividades ilícitas, corrupção ou violações aos direitos humanos. O Brasil foi um dos que assumiu a liderança na reunião do Tiar. O representante de Guaidó para Relações Exteriores, Julio Borges, pediu mais pressão contra Cuba, que tem apoiado o governo de Maduro, e pediu que “nenhuma opção seja descartada”. “Há pessoas que ficam chocadas quando dizemos que nenhuma opção pode ser descartada. Eles dizem que é perigoso. Mas o mais perigoso é que a América Latina continue com a ferida aberta que o regime Maduro significa ”, disse.

Estadão Conteúdo
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