Foto: Divulgação
Evo Morales 23 de outubro de 2019 | 09:36

Evo diz que direita tenta dar golpe de Estado na Bolívia ao não reconhecer sua vitória

mundo

O presidente boliviano, Evo Morales, candidato ao quarto mandato, disse na manhã desta quarta-feira (23) que “está em marcha uma tentativa de golpe de Estado contra ele”.  “Denuncio ante o povo boliviano: está em processo um golpe de Estado. Ele foi preparado pela direita, com apoio internacional. Até agora temos aguentado e suportado com paciência para evitar violência”, declarou Evo, em entrevista coletiva.

“Não estamos em tempos de colônia. Vamos defender a democracia, o povo organizado recuperou a democracia. Quero dizer à direita boliviana, não sejam responsáveis pelo enfrentamento boliviano, não semeiem o ódio. Somos todos uma grande família”, acrescentou.

É a primeira vez que Evo fala após os protestos que se espalharam pelo país nos últimos dias, culminando com a convocação de uma greve geral por prazo indefinido e uma grande marcha nas principais ruas de La Paz na noite de terça-feira (23). As manifestações provocaram incêndios e vandalismo contra centros de votação em locais importantes, como Potosí.

Ao afirmar que estava em gestação um golpe de Estado, Morales disse que isso estaria ocorrendo com a interrupção forçada da contagem de votos em algumas centrais, que foram atacadas por manifestantes.

Evo foi dado como vencedor pelo governo faltando contar 4% dos votos, que o presidente afirma que dariam a ele “uma maior vantagem”, pois seria votos de redutos eleitorais evistas. Com o placar atual, Evo sairia vencedor, com uma margem muito estreita de 10,1% dos votos. Na Bolívia, para ganhar em primeiro turno é preciso ter 50% dos votos mais um ou 40%, desde que o segundo esteja 10 pontos percentuais atrás do primeiro colocado.

“Nós ganhamos em seis Departamentos [a Bolívia tem nove], temos maioria absoluta na Câmara [dos Deputados] e temos meio milhão de votos a mais do que o opositor [o ex-presidente Carlos Mesa]”, disse Evo.  A apuração dos resultados gerou protestos pelo país e levou o próprio governo a pedir uma auditoria externa da votação nesta terça-feira (22).

Folhapress
Comentários