10 de outubro de 2019 | 12:36

O que está em jogo com a saída de Bolsonaro e deputados do PSL?

brasil

A disputa de Jair Bolsonaro com o PSL tem como pano de fundo o controle do dinheiro público destinado ao partido. Inflada pelo “bolsonarismo”, a legenda deixou de ser nanica para se tornar uma superpotência, com 56 parlamentares, 3 governadores e a estimativa de poder receber algo próximo de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022.

Como foi o mais votado para a Câmara em 2018, o PSL passou a ter direito à maior fatia do dinheiro público destinado aos partidos. No caso do fundo partidário, espécie de “mesada” que as legendas recebem para gastos como salários de funcionários, viagens e aluguel de sede, o PSL deve receber cerca de R$ 110 milhões até o fim deste ano – o maior valor entre todos os 32 partidos atualmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O bom desempenho nas urnas deve manter o atual partido de Bolsonaro como o “mais rico” nos próximos anos. O valor total do fundo para 2020 ainda não está fechado, mas é estimado em cerca de R$ 1 bilhão. Neste caso, a parte do PSL seria em torno de R$ 113 milhões.

Em relação ao fundo eleitoral, que financia despesas de campanha, o partido também terá a maior quantia. O governo propôs que o valor total para bancar os candidatos a prefeito e vereador em 2020 seja de R$ 2,5 bilhões – o que daria pouco mais de R$ 250 milhões ao PSL. Este valor, porém, ainda será discutido pelos deputados, que tentam aumentar o total para R$ 3,7 bilhões.

Nem mesmo uma debandada de deputados pode reduzir o poderio do PSL. Uma mudança na lei feita pela Câmara em setembro, na esteira da minirreforma eleitoral, mantém o desempenho nas urnas como critério preponderante para a divisão do dinheiro. Antes, o número de deputados no ano anterior à eleição também era considerado.

Comentários