Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ex-presidente Lula 10 de dezembro de 2019 | 17:15

Acusações na Lava Jato 69 são ‘demonstração da pirotecnia de procuradores viciados em holofotes’, reage Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como ‘demonstração de pirotecnia’ as acusações contra o seu filho, o empresário o empresário Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, na 69ª fase da Operação Lava Jato, a ‘Mapa da Mina’. Pelo Twitter, o petista afirma que investigação é um ‘malarabalismo’.

“O espetáculo produzido hoje pela Força Tarefa da Lava Jato é mais uma demonstração da pirotecnia de procuradores viciados em holofotes que, sem responsabilidade, recorrem a malabarismos no esforço de me atingir, perseguindo, ilegalmente, meus filhos e minha família”, escreveu o petista. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reagiu à nova fase da Lava Jato e classificou as acusações como ‘totalmente descabidas’.

Segundo Cristiano Zanin, as apurações que serviram de base para a Lava Jato já foram alvo de ‘ampla investigação’ realizada pela Polícia Federal de São Paulo, em 2012, e pelo Ministério Público Federal de Brasília, em 2010. Em ambos os casos, os inquéritos foram arquivados sem identificar a prática de qualquer crime.

“Ou seja, os órgãos do Estado competentes para promover a análise e a investigação do assunto já atuaram e concluíram de longa data que Lula e seus familiares não cometeram qualquer ato ilícito. A Lava Jato de Curitiba escondeu essa situação e buscou criar vínculos artificiais de competência apenas para dar continuidade à perseguição ilegal contra Lula”, declara Zanin.

‘Mapa da Mina’

A nova fase da Lava Jato apura repasses de R$ 132 milhões da Oi/Telemar ao grupo Gamecorp/Gol, controladas por Lulinha, pelos irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar e pelo empresário Jonas Suassuna. A procuradoria aponta que parte dos valores teriam sido utilizados para financiar a compra do sítio de Atibaia pela família Bittar.

O imóvel é o pivô da segunda condenação de Lula na Lava Jato. Em novembro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) sentenciou o ex-presidente da 17 anos, um mês e dez dias de prisão. Devido ao novo entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre prisão em segunda instância, Lula recorre em liberdade. A Lava Jato apura também ‘indícios de irregularidades no relacionamento’ entre a Gamecorp/Gol e a Vivo/Telefônica no projeto ‘Nuvem de Livros’. Os procuradores afirmam ter identificado a movimentação de R$ 40 milhões entre a Movile Internet Móvel, empresa do grupo Telefônica, e a Editora Gol entre janeiro de 2014 a janeiro de 2016.

Os repasses coincidiam, segundo a procuradoria, com decisões benéficas do governo federal ao setor de telecomunicações, como a assinatura do Decreto 6654/2008, que permitiu a aquisição da Brasil Telecom pelo grupo Oi/Telemar.

Estadão Conteúdo
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