Foto: Marcos Corrêa/PR/Arquivo
Equilibrado, ministro emana uma autoridade pessoal cujo confronto é difícil por um presidente da República sem limites 07 de abril de 2020 | 10:24

Maior trunfo de Mandetta é ser psicologicamente mais forte do que Bolsonaro

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É evidente que a relação entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está insustentável.

Com sua personalidade desafiadora, do tipo que enfrenta os desvarios de quem quer que seja, o ministro deixou isso claro na coletiva de ontem.

Em outras palavras, Mandetta tornou cristalino que é ministro, apesar de toda a contrariedade que passou a causar no presidente da República.

Não é preciso conhecer Bolsonaro para saber que ele não sossegará enquanto não derrubar Mandetta. Para isso, no entanto, ele precisa primeiro unir sua base.

O presidente já viu que pelo menos metade dos seus eleitores mais devotados não deseja a demissão do ministro da Saúde neste momento.

Tornar consensual entre os bolsonaristas raiz que Mandetta não presta é, portanto, a sua meta. É para isso que a milícia bolsonarista tem rodado à toda nas redes sociais.

Até um site com o domínio “presidentebolsonaro.com”, sem que nem ele nem sua família o conteste, tem se dedicado a tentar avacalhar o ministro, a quem se acusa de tudo, de incompetente a desumano e corrupto.

Claro está, portanto, que o primeiro passo é arruinar a imagem de Mandetta para então poder fazer a remoção de sua figura da Esplanada dos Ministérios.

Enquanto isso não acontece, Bolsonaro vai tomar de lavada do ministro, como em seu pronunciamento de ontem depois da polêmica sobre se chegara ou não a hora de sua demissão.

Além da competência na área da saúde e da habilidade para se comunicar, Mandetta tem outro trunfo contra Bolsonaro: é psicologicamente mais forte do que o presidente.

Enquanto isso, nada se fala sobre o dinheiro que o governo deveria entregar aos informais a partir de hoje, além da ajuda prometida à classe empresarial.

Por este motivo, este Política Livre subscreve a hashtag “pagalogobolsonaro”

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