Rui tenta botar PL com Isidório para forçar segundo turno e ajudar Denice, mas chega tarde demais

Interessado em fortalecer o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) na corrida à Prefeitura para levar a disputa em Salvador ao segundo turno, o governador Rui Costa (PT) saiu frustrado de uma conversa que teve na semana passada com os caciques do PL.

Pelo menos por enquanto. O objetivo de Rui era levar os liberais a apoiarem Isidório, lhe doando seu tempo de televisão, o que o governador acredita que pode ajudar a fortalecer o pré-candidato na briga eleitoral.

Rui acredita que, num eventual segundo turno, sua candidata, a major Denice Santiago, cuja filiação ao PT articulou pessoalmente, teria uma chance de ganhar a eleição para o pré-candidato do prefeito ACM Neto à sucessão municipal, Bruno Reis (DEM), favorito nas pesquisas.

Mas o deputado federal José Rocha e o ex José Carlos Araújo, presidente estadual da sigla, pisaram no freio em relação à conversação. Primeiro, disseram que a posição do partido em Salvador será decidida pelo deputado federal Abílio Santana.

Apesar de pouco conhecido em Salvador, o parlamentar assumiu o controle da legenda na capital no bojo de um acordo com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que lhe deu plenos poderes para decidir a política de alianças na cidade.

Além disso, lembraram a Rui que passaram pelo menos um ano e três meses tentando falar com ele, inclusive, para apresentar a potencial candidatura do pastor Irmão Lázaro à Prefeitura de Salvador sem obter nenhuma resposta.

Até um pedido para que o senador Otto Alencar (PSD) intermediasse o encontro para tratar do assunto teria sido desconsiderado pelo governador. Por este motivo, afirmaram que lamentavam profundamente, mas não poderiam voltar atrás agora na estratégia do partido, cuja prioridade é eleger hoje uma bancada de quatro vereadores à Câmara de Salvador.

Ainda confiante na idéia de que poderia manter o PL no campo dos aliados com que pretende enfrentar ACM Neto, Rui então propôs fazer uma pesquisa, colocar o nome de Lázaro e avaliar, numa próxima conversa, o que fazer.

As perspetivas de convencer os liberais a integrar seu projeto, no entanto, parecem cada vez mais remotas. Há rumores de que Araújo já teria, inclusive, negociado a indicação do filho, Samuel, para a Cogel, centro de processamento de dados da Prefeitura, com Bruno Reis.