Foto: Adson Brito
Integrantes da corrente PT de Todas as Lutas na Bahia se sentiram injustiçados com distribuição de recursos para campanha 14 de novembro de 2020 | 10:36

A um dia da eleição, candidatos denunciam manipulação de fundo partidário e abrem guerra contra direção estadual do PT

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A um dia das eleições, o PT de Todas as Lutas, tendência nacional do partido, está questionando os critérios de distribuição interna do fundo eleitoral na Bahia. Segundo o vice-presidente da sigla no Estado e membro do Coletivo, Gutierres Barbosa, há municípios que não receberam nem a primeira parcela do fundo especial de financiamento de campanha.  São exemplos Andorinha, Itamari, Itapebi e Ibititá.

Durante o Processo de Eleições Diretas (PED), em que o PT discute questões ideológicas mas também a organização partidária nos municípios com vistas às eleições, foi definido que Itapebi, onde concorrem 13 vereadores pela legenda, os recursos destinados para a campanha eleitoral de 2020 seriam de R$ 8.993,00; em Andorinha, onde o PT já governou e tem candidata a vice-prefeita e 9 candidatos a vereador, R$ 9.555,41.

Por sua vez, Itamari receberia R$ 3.185,15 e Ibititá, R$ 1.929,00. Em um comunicado que circula nas redes sociais, a direção do PT de Todas as Lutas pergunta: “Como fazer campanha sem ao menos receber o que foi aprovado pelo Comitê Gestor? Nos causa estranheza, e, com certeza, estes Diretórios Municipais querem retornos formais sobre tal situação”, afirma o texto.

Na mesma nota, o Coletivo acusa o Comitê designado pela Executiva do PT baiano de ter realizado apenas duas reuniões no período. “Estamos questionando o porquê de a Secretaria de Finanças do PT na Bahia não repassar os recursos aprovados pelo Comitê Gestor do Fundo aos municípios que se organizaram para ter candidaturas com chances reais de vitória”, afirma.

A tendência questiona como, por exemplo, a direção do PT baiano repassou R$ 320 mil para a candidata a prefeita Livia Bitencourt, em Porto Seguro, que estava com apenas 4% nas pesquisas de intenção de voto. Lívia, inclusive, anunciou ontem, pelas redes sociais, que estava renunciando à candidatura para apoiar o candidato Uldurico Jr., do PROS. A ex-candidata recebeu o sexto maior repasse do PT na Bahia, segundo dados do TSE.

Com lágrimas nos olhos, Lívia fez o anúncio, afirmando que tomava a iniciativa atendendo a um apelo do senador e ex-governador Jaques Wagner. A decisão gerou vários protestos na cidade, a começar de feito pelo candidato a vice em sua chapa, o Cacique Alfredo, que disse que não desistiria de concorrer. “Se a chapa não teve apoio do governo, do senador (Jaques Wagner), eu não desisti”, afirmou.

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