Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ministério da Economia 23 de novembro de 2020 | 12:14

Economia e Banco Central divergem sobre contabilidade, e TCU é acionado

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O Ministério da Economia e o Banco Central se desentenderam após chegarem a interpretações divergentes sobre o orçamento da autarquia e a transferência de recursos ao Tesouro Nacional.

Mesmo após a formação de um grupo de trabalho e diversas reuniões, não houve consenso entre os técnicos e uma decisão está sendo preparada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

As discussões se aceleraram no fim de outubro, quando a área técnica do TCU decidiu ficar ao lado do ministério.

Depois disso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, acionou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para acelerar a aprovação da autonomia da autoridade monetária.

Tecnicamente, as divergências entre ministério e BC estão em como tratar as receitas próprias da autarquia e na forma de apurar o resultado para depois transferi-lo ao Tesouro.

No centro do debate, estão as receitas primárias diretamente arrecadadas pelo BC. Fazem parte dessa rubrica, por exemplo, multas aplicadas a bancos e certas taxas cobradas pelo uso do Sisbacen (o sistema da autarquia com que reúne informações financeiras).

A autarquia computa esses recursos em seu balanço, assim como receitas financeiras (por exemplo, com rendimentos da carteira de títulos do BC). Feito isso, um único resultado é apurado e transferido ao Tesouro.

O ministério vê no procedimento uma mistura indevida entre receitas primárias e financeiras e entende haver uma série de problemas contábeis a partir do procedimento, com risco até de duplicidade na contagem de recursos da União (primeiro na rubrica de receitas primárias do BC e, depois, no repasse ao Tesouro).

Folha de S.Paulo
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