Foto: Joyce N. Boghosian/Official White House
Donald Trump 02 de dezembro de 2020 | 10:51

Justiça investiga propina para Casa Branca em concessões de perdão presidencial nos EUA

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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos investiga um possível esquema criminoso relacionado ao pagamento de propina à Casa Branca, por meio de doações para campanhas políticas, em troca de perdão presidencial.

A juíza federal Beryl Howell, de Washington, divulgou nesta terça-feira (1º) uma ordem que descreve o que ela chamou de investigação de “suborno para indulto”.

Segundo o documento, os promotores federais na capital americana disseram ter obtido evidências de um esquema de suborno no qual alguém “ofereceria uma contribuição política substancial em troca de perdão presidencial ou suspensão da pena”.

O texto de 18 páginas discute a legalidade do registro de comunicações e dispositivos eletrônicos particulares, inclusive de advogados, mas há diversas partes censuradas.

Dessa forma, todas as informações que permitem a identificação de pessoas foram ocultadas, e a versão publicamente disponível fornece poucos detalhes, mas diz, por exemplo, que foram apreendidos “mais de 50 dispositivos de mídia digital, incluindo iPhones, iPads, laptops, pen drives, computadores e discos rígidos externos”.

De acordo com o documento, o esquema é investigado pelo menos desde agosto e inclui membros de grupos lobistas, advogados, um rico doador de campanha política e uma pessoa que está na prisão e espera obter ajuda presidencial.

Há indícios de que os envolvidos entraram em contato com funcionários da Casa Branca para pedir ajuda, relembrando “grandes contribuições em campanhas anteriores” e prevendo “grandes contribuições políticas” de um doador no futuro, de acordo com o documento do tribunal. O texto sugere que o doador faz a proposta em nome da pessoa que busca o indulto presidencial.

Embora a versão tornada pública do documento não traga referências explícitas a seu nome, o presidente dos EUA, Donald Trump, usou as redes sociais nesta quarta-feira (2) para dizer que “a investigação do indulto é fake news”.

Na semana passada, o republicano concedeu perdão presidencial a seu ex-conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, que se declarou duas vezes culpado ao FBI, a polícia federal americana, por mentir para investigadores no caso da interferência russa nas eleições de 2016.

O movimento levantou a expectativa de que o presidente indulte outros aliados em seus últimos dias na Casa Branca.

Folhapress
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