Foto: Isac Nóbrega/PR
No Brasil, diz Erivaldo Gomes, apenas uma pequena parcela da dívida pública, em torno de 5%, é externa 02 de janeiro de 2021 | 07:08

Para secretário, situação no País está sob controle

economia

Para muitos especialistas, começou a se formar uma necessidade crescente de reestruturações de dívidas em números nunca vistos desde a crise da dívida dos anos 1980. Mesmo antes da pandemia, o Instituto de Estabilidade Financeira (FSI, na sigla em inglês), com sede em Basileia, na Suíça, já chamava a atenção para o aumento das taxas em todo o mundo. A entidade citava governos, empresas e famílias e alertava para os altos patamares que poderiam deixar o mundo financeiro mais vulnerável.

No Brasil, o assunto também preocupa e o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou até a dizer que o uso das reservas internacionais poderia ser uma solução para a diminuição do nível da dívida local, o que levantou críticas. O secretário de Assuntos Internacionais da Pasta, Erivaldo Gomes, avaliou que a situação se agravou durante o surto porque estavam quase todos de “calças curtas”, com exceção da Alemanha, dos países nórdicos e da China, para citar alguns que sempre tiveram cuidado com a sua situação fiscal.

Mas, no caso brasileiro, apesar das altas taxas, o secretário minimizou a situação, salientando que apenas uma pequena parcela da dívida pública, em torno de 5%, é externa. O mesmo ocorre no Japão. Além disso, ele apontou que, após a desvalorização do real, a moeda nacional agora deve continuar apresentando tendência de alta. “Isso não cria uma situação de desespero aqui”, considerou. Ele lembrou que o quadro visto em 1983, por exemplo, quando o Brasil ficou insolvente e teve de negociar ajuda com o FMI “está longe de acontecer” no País agora. Seria mais um caso para os argentinos terem de lidar, segundo Gomes.

Arrecadação

O secretário comentou que a situação se tornou mais severa por causa das ações do governo para evitar que as pessoas e a economia sofressem mais por conta da pandemia. E apontou que um dos problemas do aumento, no caso brasileiro, ocorreu por causa da crise interna pela qual o País passou nos anos anteriores, o que reduziu a arrecadação. “Nós e o mundo todo tivemos de tomar medidas emergenciais. E não foi para salvar o PIB, mas as pessoas”, disse.

Para ele, o estoque da dívida não preocupa tanto, a depender da dinâmica que se tem no país, para onde está caminhando. “Se há a capacidade de administrá-la ou de reduzi-la em algum tempo ou o crescimento dela seja menor do que o crescimento da economia, é algo que dá tranquilidade para os agentes.” Além disso, o secretário destacou o início da distribuição das vacinas em todo o mundo, o que deve ajudar a economia global. “Lá para o meio de 2021 já estaremos em situação de mais controle”.

Estadão
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