Foto: Alexandre Galvão/Arquivo
Presidente da Casa, Adolfo Menezes diz que não há hipótese de pagamento ser feito em sua gestão e defende extinção 08 de abril de 2021 | 09:35

Após ação da PGR, Assembleia quer encerrar pagamento a parlamentares por participação em sessões extras

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Após o ajuizamento de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), feita pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, contra o dispositivo da Constituição do Estado da Bahia que permite o pagamento a parlamentares de parcela indenizatória por participação em sessões extraordinárias da Assembleia Legislativa, membros do Parlamento baiano tentam mudar a redação da lei que prevê o recebimento.

A polêmica se instaurou ainda no ano passado, quando a Assembleia baiana – que estava em recesso – convocou parlamentares para uma sessão que votou a Reforma da Previdência e pagou um abono de R$ 25 mil por parlamentar.

Em publicação no Diário Oficial de hoje (8) da Casa, um projeto de Emenda à Constituição (PEC) altera o inciso 5º do artigo 67 da Constituição do Estado da Bahia. O texto em questão expõe os motivos para a convocação de uma sessão extraordinária e fixa o pagamento indenizatório em valor inferior ao salário mensal de um deputado. A PEC está na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Ela foi assinada por Rogério de Andrade Filho, Júnior Muniz, Angelo Almeida, Fabíola Mansur, Adolfo Menezes, Maria del Carmen Lula, Jacó Lula da Silva, Bobó, Antonio Henrique Júnior, Hilton Coelho, Alan Castro, Marcelino Galo Lula, Talita Oliveira, José de Arimateia, Zé Raimundo Lula, Paulo Rangel Lula da Silva, Niltinho, Carlos Geilson, Carlos Ubaldino, Aderbal Fulco Caldas, Euclides Fernandes e Vitor Bonfim.

Procurado pelo Política Livre, o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), afirmou que a ideia é adequar o texto estadual ao federal e afastou qualquer possibilidade de o pagamento extra voltar a ser feito, pelo menos na sua gestão. “Eu tenho mais de 15 anos de Assembleia e isso só foi pago uma vez. Achamos melhor fazer a PEC para mudar de vez. Os deputados não vão mais solicitar isso e na minha gestão não será paga, de forma alguma”, afirmou.

Na ADPF, Augusto Aras afirmou que o pagamento do valor representava “privilégio indevido e injustificado a parlamentares, os quais já são devidamente remunerados por subsídio para o exercício de suas funções, mesmo quando desempenhadas em sessões extraordinárias”. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) não respondeu à solicitação do PGR. A Assembleia afirmou, em nota, que irá cumprir com a determinação da Suprema Corte, ” adequando a legislação ao entendimento que vier a ser firmado”.

Alexandre Galvão
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