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Deputada Olivia Santana 07 de maio de 2021 | 16:53

‘É um grito contra a intolerância religiosa’, diz Olívia durante ato em celebração de 132 anos do Bembé do Mercado

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Um ato virtual, nesta sexta-feira (7), marcou a celebração dos 132 anos do Bembé do Mercado, festa afrorreligiosa que acontece anualmente na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. A atividade foi realizada pela Comissão Especial de Promoção da Igualdade da Assembleia Legislativa da Bahia.

“Hoje, nos reunimos para tratar daquilo que nos interessa, Relembrar o passado, analisar o presente e colocar nossos indicativos para o futuro”, destacou a presidenta da Comissão, deputada Fátima Nunes, na abertura do evento.

Em seguida, a deputada Olívia Santana, autora da audiência, conduziu os trabalhos e destacou a participação de entidades negras, afrorreligiosas e dos direitos humanos na construção coletiva do evento. “O Bembé começou depois que se declarou extinta a escravidão. Uma liberdade que não foi plena, por isso entendemos que o 13 de Maio  é o  dia nacional de denúncia contra o racismo. Essa audiência é um grito contra a intolerância religiosa, pelo direito de existir na diversidade de nossas crenças, religiosidades e visões de mundo”, celebrou a deputada.

O ato contou com apresentação musical da cantora santamarense Lívia Milena e fala da professora e pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Ana Rita Araújo, que apresentou o contexto histórico de formação do Bembé. O ator baiano Antônio Pitanga marcou presença e ressaltou a emoção em fazer parte do evento. “Hoje é o dia do chamamento para uma celebração. Se o Brasil ainda está de pé, é graças à cultura negra, por isso saúdo nossos ancestrais e reverencio a quem realiza essa festa”. A cantora e deputada estadual em São Paulo, Leci Brandão, também compareceu e destacou a importância da iniciativa. “Estou tendo a oportunidade de fortalecer meu vínculo com essa história e com a minha identidade”, declarou.

A secretária estadual da Cultura, Arany Santana, ressaltou a relevância de se manter a tradição viva. “Sigamos o exemplo de João de Obá, ele nos deixou uma grande missão e devemos trilhar esse caminho”. Já a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, afirmou que “nossa resistência persiste. Nossos antepassados não desistiram e não desistiremos”. Na oportunidade, ela citou ainda o trecho da música “14 de maio” e saudou a memória do professor santoamarense Jorge Portugal, autor da canção interpretada por Lazzo Matumbi.

O líder religioso e presidente da Associação do Bembé do Mercado, Pai Pote, saudou o ato virtual e finalizou com canto para orixás. “Estou muito feliz com a audiência, porque sei que essa luta não é minha, é coletiva”, declarou.

O ato foi encerrado com a egbome Williana de Odés saudando Iemanjá e a irmã Joselita Sampaio, uma das integrantes da Irmandade da Boa Morte, saudando Oxalá.

Participaram também do ato a deputada Maria del Carmen; a secretária de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira; a subprocuradora-geral do Ministério Público do Trabalho, doutora Edelamare Melo; a representante do Instituto África 900/Brasil (IABEPE) e delegada de Polícia do Estado da Bahia, Patrícia Pinheiro; da iyalaxé representante da Casa das Mulheres do Axé Juçara Lopes; o representante da organização Reconvexo Gil Santana; o membro da Irmandade dos Homens Pretos Ailton Ferreira; do Padre Lázaro Muniz; do integrante do Coletivo de Entidades Negras Marcos Rezende; e de representantes de instituições afrorreligiosas, do movimento negro e de irmandades de Salvador e do Recôncavo baiano.

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