Foto: Gabriel Cabral/Folhapress
Dólar cai abaixo de R$ 5 nesta quarta (16) 16 de junho de 2021 | 16:54

Dólar cai abaixo de R$ 5 pela primeira vez em um ano

economia

O dólar recua 0,89%, a R$ 4,9970, à medida que os investidores antecipam as conclusões das reuniões de política monetária do Fed (banco central americano) e do Banco Central do Brasil nesta quarta-feira (16).

Na mínima do pregão, o dólar chegou a R$ 4,9930. A última vez que o dólar fechou um pregão abaixo dos R$ 5 foi em 10 de junho de 2020 (R$ 4,9398).

O Fed e o BC encerram seus respectivos encontros de política monetária nesta quarta. A expectativa é de que as autoridades do banco central norte-americano não sinalizem uma mudança imediata na política monetária, mas algumas autoridades do Fed já começaram a reconhecer que estão mais próximas de um debate sobre quando retirar parte de seu estímulo. O comunicado do Fed será divulgado junto com novas projeções econômicas às 15h.

Enquanto isso, no Brasil, o BC deve anunciar o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, para 4,25%. As atenções também se voltam para o comunicado, já que a autoridade monetária pode indicar um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária e um posicionamento mais duro da autarquia tende a favorecer a moeda doméstica, segundo especialistas.

“Se você eleva os juros, acaba atraindo capital que saiu do Brasil e foi para outros países emergentes, como o México, por exemplo. Com o retorno desse capital, a tendência é ver uma pressão benigna para o real”, afirma Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos.

A maior entrada de capital estrangeiro com o aumento de juros se deve principalmente a estratégias de “carry trade”, segundo analistas. Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo (iene japonês, por exemplo) e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes rondava a estabilidade. Moedas emergentes pares do real –como rand sul-africano e lira turca– registravam leves ganhos.

Folha
Comentários