Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil/Arquivo
O ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn 13 de setembro de 2021 | 17:30

Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, assumirá diretoria no FMI

economia

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, anunciou nesta segunda-feira, 13, a nomeação do ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn como diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do órgão. O brasileiro assumirá o cargo, hoje ocupado pelo mexicano Alejandro Werner, em 3 de janeiro de 2022.

Em nota divulgada pelo FMI, Georgieva diz que está satisfeita com a nomeação. “Ele tem uma experiência impressionante nos setores público e privado e é altamente respeitado como acadêmico”, escreveu a diretora do fundo. A líder também elogiou o histórico de Goldfajn como formulador de políticas, comunicador e seu “profundo” conhecimento como executivo financeiro internacional.

Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, o governo brasileiro não teve participação na nomeação do economista. A vaga havia sido divulgada anteriormente e houve um processo aberto de seleção. A decisão final foi tomada pela diretora do FMI.

Atualmente, Goldfajn atua como presidente do conselho do Credit Suisse Brasil. O economista presidiu o BC de maio de 2016 a fevereiro de 2019, indicado pelo ex-presidente Michel Temer.

Alejandro Werner anunciou sua aposentadoria em abril. Ele veio diversas vezes ao Brasil acompanhar as avaliações da economia brasileira do Fundo e produziu análises. O cargo é uma das posições mais relevantes do FMI em Washington, responsável pelo acompanhamento da política econômica dos países membros nas Américas, incluindo Estados Unidos e Brasil.

No comunicado, Georgieva ressalta que, durante sua gestão no BC, Goldfajn supervisionou a implementação de mudanças regulatórias que, na avaliação dela, estimularam a inovação e a digitalização, com o crescimento das fintechs no Brasil.

Ela também destaca que Goldfajn trabalhou como economista no FMI de 1996 a 1999. “Estou muito satisfeita que Ilan esteja retornando para nós neste momento crucial, e que poderemos nos beneficiar de sua experiência excepcional à medida que continuamos a ajudar os países da região a construir economias mais resilientes e inclusivas.”

O Credit Suisse Brasil confirmou, por meio de um comunicado à imprensa, que Goldfajn deixará o cargo de presidente do Conselho em 31 de dezembro e será substituído por Ana Paula Pessoa, que faz parte do Conselho desde 2018.

“Estou deixando o Credit Suisse para seguir a minha vocação que é a de contribuir com a sociedade em um cargo público, desta vez em uma organização internacional. A economia mundial vive um momento muito desafiador, agravado pela pandemia da covid-19, e a oportunidade de colaborar a partir dessa posição no FMI me deixa entusiasmado”, diz Ilan na nota publicada pelo banco.

Credit Suisse

Ana Paula Pessoa também é presidente do Conselho do Credit Suisse Bank (Europe), cargo que deixará para assumir a presidência do Conselho do Credit Suisse Brasil.

A executiva ainda é sócia, investidora e presidente do conselho da Kunumi AI, empresa de inteligência artificial 100% brasileira, além de estar no conselho de outras empresas, incluindo as brasileiras Suzano e Cosan e a americana News Corporation. Também trabalhou por 18 anos em diversas empresas das Organizações Globo.

Em nota, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Credit Suisse, Antonio Horta-Osório, e Thomas Gottstein, CEO do Grupo Credit Suisse, declararam estamos confiantes de que Ana Paula Pessoa “contribuirá para melhorar ainda mais o alinhamento da nossa franquia brasileira com a estratégia e visão global do banco”.

Sobre Ilan, os dois executivos destacam que enquanto esteve à frente do conselho o ex-presidente do BC ajudou a “expandir nossa franquia local e orientou nossos clientes em um período de juros baixos e mercados voláteis”, deixando o banco “em franco crescimento no Brasil”, um mercado estratégico e prioritário para o Credit.

Estadão Conteúdo
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