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O governador Rui Costa, Luiz Caetano (Serin) e o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa 03 de novembro de 2021 | 19:24

Reabertura da Fafen teve ‘diálogo’ tenso sobre política de preços da Petrobras entre Rui e secretário de Guedes

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A solenidade de reabertura oficial da planta de produção da antiga Fábrica de Fertilizantes do Nordeste (Fafen), no Polo Industrial de Camaçari, nesta quarta-feira (3), contou com um momento de tensão entre o governador Rui Costa (PT) e o secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. Este Política Livre teve acesso a áudios da solenidade.

Em seu discurso, o secretário de Paulo Guedes exaltou as ações do governo federal em relação à Petrobras, elogiou a atual política de preços da companhia e pregou a continuidade da desestatização da empresa, com a “venda das refinarias”, para haver a redução do preço de insumos.

Ele também citou o Marco Regulatório do Gás Natural, sem o qual, segundo o secretário, o preço do gás no Brasil estaria ainda mais alto. Ele chegou a falar também o termo “propinoduto” ao comentar a transformação feita na empresa. “Estamos jogando duro com a Petrobras agora. Sinal de boa gestão, mas sinal também de que talvez seja o momento da gente usar mecanismos internacionais em defesa da companhia”, falou.

Em seu discurso logo em seguida, o governador Rui Costa disse que a Petrobras “nunca compreendeu que é importante ter preços diferenciados pra produtos que se destinam a ser matérias primas”, como ocorre no mundo inteiro, segundo ele.

Rui citou sua viagem aos Emirados Árabes e destacou que lá o governo usa preços diferenciados para o gás dentro do país como forma de estimular o desenvolvimento da região. “Ou seja, eles não praticam lá dentro os preços a nível de mercado internacional. Porque eles querem desenvolver o país deles. E assim é feito em todo país do mundo. Infelizmente esse nunca foi o entendimento da Petrobras”, disse o governador.

“Não tem justificativa que as nossas refinarias não estejam funcionando a plena carga. Como um país pode importar gasolina e diesel e manter suas fábricas funcionando com a metade da carga? O que justifica isso? Quanto mais você importa, mais você dolariza a economia, e o impacto disso vai para os alimentos, o transporte […] Precisamos fazer com que as refinarias produzam a plena carga”, acrescentou Rui.

Davi Lemos
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