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A prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (Republicanos) 02 de maio de 2022 | 18:50

‘É preciso penalizar quem comete crime de trabalho doméstico análogo à escravidão’, diz prefeita de Cachoeira

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A prefeita da Cachoeira, Eliana Gonzaga (Republicanos), cobra das autoridades punição para empregadores que cometem crime de trabalho doméstico análogo à escravidão. Na semana passada, mais um crime envolvendo uma trabalhadora doméstica chocou a Bahia. Foi o caso da doméstica, Madalena Santiago da Silva, mulher negra, de 62 anos, que foi resgatada de um trabalho análogo à escravidão, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

A história da trabalhadora ganhou repercussão nos principais noticiários, na última quinta-feira (28). Durante a reportagem da TV Bahia, a doméstica, emocionada, desabafou com a jornalista, Adriana Oliveira: “Fico com receio de pegar na sua mão branca”, disse Madalena.

Madalena Santiago foi resgatada pelos auditores fiscais do trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) após trabalhar 54 dos 62 anos de idade sem receber salários. Nesse período, a doméstica conviveu com maus-tratos e a filha dos patrões fez empréstimos no nome dela e ficou com R$ 20 mil da aposentadoria da doméstica.

“O fato da trabalhadora doméstica Madalena Silva, de 62 anos, resgatada de trabalho análogo à escravidão na Bahia, não querer tocar numa mão branca, demonstra como estão fortes no seu coração as marcas da opressão”, disse Eliana Gonzaga.

Na última sexta-feira (29), a Justiça do Trabalho bloqueou bens no valor de R$ 1 milhão para garantia das verbas rescisórias e dos danos morais pagos à doméstica Madalena Silva.

Para Eliana Gonzaga, “devemos comemorar o fato de a Justiça ter bloqueado bens no valor de R$ 1 milhão da família opressora para pagamento à trabalhadora doméstica. Mas até o momento eu não tenho notícias de patrões estarem cumprindo pena de cárcere na Bahia por manterem trabalhadoras domésticas em regime análogo à escravidão”, disse.

“São tantos crimes que assistimos na esfera penal, como abusos morais e sexuais, cárcere privado, agressões físicas e verbais. E os desrespeitos trabalhistas? Pagamentos de salários menor que o mínimo; jornadas maiores que as previstas em lei etc.”, frisou a prefeita.

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