Foto: Gabriel Cabral/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro 04 de julho de 2022 | 17:45

Bolsonaro diz que relações comerciais com países árabes têm se fortalecido

economia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (4) que o elo entre o Brasil e o mundo árabe tem se fortalecido em uma conjuntura global de busca por soluções que garantam a segurança alimentar.

“O mundo árabe constitui hoje o terceiro maior mercado para o Brasil no exterior, atrás apenas da China e dos Estados Unidos”, disse em discurso no Fórum Econômico Brasil e Países Árabe.

Segundo ele, a tendência é que a relação comercial com a região se amplie ainda mais.

Bolsonaro destacou que o mundo árabe representa 26% da importação de fertilizantes para o agronegócio brasileiro, atrás apenas do Canadá e da Rússia na venda desse tipo de produto para o Brasil.

“Em momento no qual a comunidade internacional busca soluções para garantir segurança alimentar no mundo, o elo entre Brasil e mundo árabe se fortalece”, disse.

Bolsonaro afirmou que a prova de que prioriza a relação com os árabes é que foi o primeiro presidente a visitar duas vezes no mesmo mandato a região do Golfo.

“A corrente de comércio entre Brasil e países da liga árabe alcançou em 2021 mais de US$ 24 bilhões, um recorde na série histórica. Esse número deve seguir aumentando: de janeiro a abril, as exportações do Brasil para o mundo árabe saltaram de US$ 4 bilhões em 2021 para US$ 5,2 bilhões em 2022”, afirmou.

No evento, o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, também ressaltou o crescimento das exportações de commodities agrícolas e minerais aos países da região e disse que o comércio do Brasil com o mundo árabe tem refletido os desafios trazidos pelo novo momento geopolítico, com a Guerra da Ucrânia.

Ferraz, que substituiu o ministro Paulo Guedes (Economia) no fórum, ainda exaltou o aumento de importações provenientes dos países árabes.

“Quero destacar o papel importante de Marrocos e Egito nesse comércio de fertilizantes para o Brasil. Queremos mais, queremos diversificação, queremos integrar a economia brasileira o máximo possível às cadeias globais e regionais de valor”, disse.

Segundo ele, o governo brasileiro tem dialogado com a Arábia Saudita para firmar um acordo de facilitação de investimentos e também conduz uma negociação em estágio avançado com o Líbano por um acordo de livre comércio, incluindo cláusulas não tarifárias.

O secretário ainda mencionou um diálogo preliminar para um acordo “ambicioso” de livre comércio com os Emirados Árabes, a conclusão de um acordo de facilitação de investimentos com o Marrocos e a existência de um acordo de livre comércio com o Egito.

“Temos hoje o diagnóstico de uma agenda muito importante com os países árabes, mas gostaríamos de ter uma agenda mais diversificada”, disse.

O ministro Marcos Montes (Agricultura) também falou sobre a dependência brasileira de fertilizantes importados e do desejo de ampliar as relações comerciais do Brasil com o mundo árabe.

“Teremos um papel-chave nas próximas décadas no atendimento da crescente demanda global por alimentos. Por outro lado, nossa produção agrícola depende fortemente da importação de fertilizantes, dos quais alguns dos mais importantes fornecedores se encontram na região do Oriente Médio e norte da África”, disse.

Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro disse esperar receber a visita de quatro líderes árabes neste ano. São eles o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, o Emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, e o novo presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.

Matheus Teixeira e Nathalia Garcia/Folhapress
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