29 abril 2024
Fiéis da balança nas comissões temáticas da Câmara Municipal de Salvador, inclusive entre as mais importantes, os vereadores da bancada independente na Casa prometem não criar obstáculos para a aprovação de projetos enviados pelo prefeito Bruno Reis (União). O discurso, ao menos no momento, é de colaboração.
O bloco é formado pelo PTB, PL, PSD e Podemos, e conta oficialmente com seis representantes. Apesar do número pequeno de edis, tem grande força na Câmara, a começar pela participação do próprio presidente da Casa, Carlos Muniz (PTB), que tem manifestado o desejo de atuar em harmonia com o prefeito.
Além disso, outros dois vereadores independentes, Alexandre Aleluia (PL), líder do bloco, e Sidninho (Podemos), ambos muito próximos de Muniz, exercem grande influência no Legislativo, o que fica evidente quando se observa a presença deles nas comissões mais importantes e no comando de colegiados permanentes, temporários, frentes parlamentares e cargos de liderança – são essas posições que somam “pontos” acumulados pelos edis para a contratação de assessores.
Aleluia é membro titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais relevante e por onde passam praticamente todas as iniciativas legislativas do Executivo e da própria Câmara. Há outro titular da bancada independente no colegiado: o vereador Edvaldo Brito (PSD). A base governista soma três representantes – Paulo Magalhães Júnior (União), presidente da comissão, Téo Senna (PSDB) e Júlio Santos (Republicanos) – e a oposição conta com dois – Luiz Carlos Suíca (PT), vice-presidente, e Henrique Carballal (PDT).
Ou seja, dos sete componentes, a base do governo tem três votos assegurados na CCJ e, para aprovar projetos enviados por Bruno Reis, precisa do apoio de um dos independentes, conquistando a maioria. “Não irei criar obstáculos para a aprovação de projetos do Executivo. A minha intenção é colaborar com a cidade. Só não vou votar a favor de propostas que eu considere que ferem os princípios ideológicos que defendo”, disse Aleluia a este Política Livre.
Aleluia, inclusive, já foi presidente da comissão na legislatura passada e nesta teria sido indicado como titular da CCJ pelo próprio Muniz. O mesmo teria ocorrido com Sidninho na Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização, considerada a segunda mais importante da Casa – o edil é vice-presidente.
Neste colegiado, a base do governo conta com três membros titulares – Daniel Alves (PSDB), que é o presidente, Átila do Congo (Patriota) e Duda Sanches (União). A oposição, por sua vez, tem dois – Marta Rodrigues (PT) e Joceval Rodrigues (Cidadania). O outro integrante é o vereador Alfredo Mangueira, que, embora seja do MDB, partido que faz oposição a Bruno Reis, se coloca como independente, apesar de ser visto como governista pelos pares.
“Sou do MDB e sempre vou ouvir o meu partido, que hoje é oposição na capital. Agora os projetos do Executivo que forem bons para Salvador eu vou votar a favor. Não vou ser contra a cidade Não vou sujar o prato que a gente comeu e não serei agora oposição radical. A gente vai seguir o rumo da cidade”, disse Mangueira ao Política Livre após tomar posse, em janeiro deste ano – ele estava na suplência.
“Acredito totalmente na responsabilidade que tanto Alexandre Aleluia quanto Alfredo Mangueira têm com a cidade, como confio nos demais vereadores, pois a Casa coloca os interesses de Salvador em primeiro plano. Não creio que tenhamos problemas em aprovar os projetos do Executivo nas comissões ou em plenário, até porque temos a maioria na Câmara, onde estamos vivendo um novo momento de entendimento e diálogo”, declarou o líder do governo, Kiki Bispo (União), ao Política Livre.
Os independentes também podem decidir a votação de projetos em outras comissões – no total, a Câmara possui 13 colegiados permanentes. O vereador Toinho Carolino (Podemos), por exemplo, tem o voto decisivo a favor ou contra o governo na Educação, Esporte e Lazer. Dos independentes, entretanto, Toinho, que também tomou posse em janeiro deste ano após sair da suplência, é visto pelos pares como o mais ligado a Bruno Reis.
Há, ainda, comissões em que o governo tem ampla maioria de membros titulares, a exemplo da de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Relações Internacionais, e outras em que a oposição tem maioria, como é o caso da Cultura.
Política Livre