Rui Costa teria sinalizado apoio a Elmar Nascimento para a presidência da Câmara em troca de mais empenho pró-governo

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), teria sinalizado apoio ao líder do União Brasil na Câmara Federal, o baiano Elmar Nascimento, na disputa antecipada pela sucessão do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A sinalização teria ocorrido no encontro recente entre o petista e o antigo adversário na Bahia, que foi revelado com exclusividade por este Política Livre.

Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (27) no jornal Folha de S. Paulo, Rui Costa teria assumido o compromisso de apoiar Elmar caso o parlamentar baiano faça mais gestos de lealdade ao Palácio do Planalto. O União Brasil, apesar de ocupar três ministérios, além da poderosa Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), por meio de indicação do próprio líder do partido, não tem sido um aliado fiel do presidente Lula (PT).

Vale lembrar que Elmar deixou de ser ministro por pressão do PT baiano, inclusive de Rui Costa e do senador Jaques Wagner. O PT da Bahia não deve “engolir” facilmente uma aliança entre o governo e o adversário no Estado em torno da presidência da Câmara.

A eleição para a presidência da Câmara só ocorre daqui a um ano e meio. Ao se encontrar com Elmar, Rui Costa decidiu ajudar na articulação política do governo, e o tema já está na pauta. Outro baiano também almeja o posto de sucessor de Lira: Antonio Brito (PSD), que costura o apoio do Planalto, assim como o líder do União Brasil.

Outro postulante forte é o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). Pesa contra ele, no entanto, o fato de estar numa sigla da oposição, a mesma do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que pode disputar o Planalto em 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteja inelegível.

Em entrevista exclusiva ao Política Livre, o presidente do Republicanos na Bahia, deputado federal Márcio Marinho, admitiu que a legenda vai trabalhar para que Marcos Pereira consolide a candidatura à sucessão de Lira, mesmo adotando uma postura de independência em relação ao governo Lula.