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O presidente do Podemos na Bahia, Heber Santana 10 de julho de 2023 | 21:00

‘Não acredito em atropelamento lá de cima”, diz Heber Santana sobre conversas entre Bruno Reis e a presidente nacional do Podemos

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O presidente do Podemos na Bahia, Heber Santana, disse não acreditar que o comando nacional do partido tome uma decisão sobre o posicionamento político da sigla em Salvador sem dialogar com o diretório estadual. Questionado por este Política Livre, ele comentou a respeito das conversas entre a deputada federal Renata Abreu (SP), que lidera a legenda no país, e o prefeito da capital, Bruno Reis (União), em torno das eleições de 2024, conforme antecipado pelo site.

“A presidente Renata Abreu tem mantido um canal aberto e direto comigo. Tem conversado conosco e tenho total confiança nela. Não há dificuldade nisso. Ela é presidente nacional do Podemos, e é óbvio que vai interagir e dialogar com diversas lideranças e correntes sobre as eleições. Mas isso não quer dizer que as decisões não serão compartilhadas. Claro, respeitaremos as decisões nacionais, mas não acredito em atropelamento lá de cima. O ambiente no partido é muito bom”, declarou Heber ao site.

Na Bahia, o Podemos, que tem o deputado federal Raimundo Costa e o deputado estadual Laerte do Vando, está na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Heber, inclusive, ocupa a chefia da Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado. Em Salvador, no entanto, os três vereadores do partido – Ricardo Almeida, Toinho Carolino e Sidninho – desejam permanecer na base de Bruno Reis e apoiar a reeleição do gestor.

Apesar disso, Heber afirmou que o partido deve apoiar o candidato definido por Jerônimo na capital. “Vamos conversar com os vereadores, mas, embora não tenha prato pronto, a tendência é de seguirmos com o governador. Hoje estamos na base. Ainda não temos uma candidatura do governo posta, por isso vamos intensificar as conversas lá na frente com os representantes do partido na Câmara Municipal”, frisou.

Heber Santana negou que haja uma disputa interna pelo comando do Podemos em Salvador, hoje a cargo de George da Hora, aliado de Raimundo Costa. Mas o presidente estadual não confirmou que o atual titular do cargo permanecerá em 2024, como cravou o deputado federal em entrevista a este Política Livre. “Estamos conversando também com George e vamos ampliar esse diálogo. O meu perfil sempre foi o do diálogo”, afirmou o dirigente, que, embora não tenha sido eleito, teve mais de 20 mil votos apenas em Salvador no pleito de 2022 – Raimundo Costa alcançou quase três mil.

O dirigente também negou que o partido ocupe cargos na Prefeitura de Salvador. Segundo ele, o posto de assessor ocupado pelo ex-deputado estadual e ex-vereador Sildevan Nóbrega, ex-PSC, legenda que foi incorporada pelo Podemos em processo de fusão, não tem relação com a sigla. “No dia seguinte ao anúncio de que apoiaríamos a candidatura de Jerônimo, no segundo turno do ano passado, todo mundo que era ligado a nós foi exonerado”.

Antes da fusão, tanto o PSC, que era presidido por Heber, quanto o Podemos, então liderado por Raimundo Costa, eram da base de Bruno Reis e do ex-prefeito ACM Neto. No segundo turno do pleito de 2022, o PSC deixou essa posição para apoiar a candidatura vitoriosa de Jerônimo Rodrigues (PT) ao Palácio de Ondina. O Podemos, por sua vez, permaneceu no mesmo grupo até o final da eleição, em uma negociação feita diretamente pelo prefeito e pelo antecessor junto a Renata Abreu.

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