Foto: Montagem Política Livre
Na sequência, Flávio Matos, Del do Cristo Rei e Débora Régis 28 de março de 2024 | 09:26

A sucessão municipal e o “Projeto 44” para a Região Metropolitana, por Raul Monteiro*

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Uma ideia para potencializar a força das candidaturas de oposição ao governo do Estado em Salvador e Região Metropolitana, levando em conta o favoritismo do prefeito da capital baiana, Bruno Reis, para levar a reeleição em outubro, além da liderança do amigo e aliado político ACM Neto, passou a ser discutida com uma certa seriedade no União Brasil nos últimos dias. Ela prevê o ingresso no UB dos candidatos do grupo a Prefeituras da região que estejam em outras legendas como forma de criar uma onda em toda a RMS em favor do 44, número do partido que será estampado por Bruno – e também Neto, como cabo eleitoral – na campanha deste ano.

A proposta, ainda em avaliação, reconhece a importância de o grupo do ex e do atual prefeito de Salvador investirem na manutenção ou conquista de municípios cujo valor estratégico para a sucessão estadual de 2026, que deve ser disputada de novo por Neto, é inquestionável. De fato, basta dar uma olhada nos números da campanha passada para verificar a relevância do apoio, traduzido em votos, que Camaçari, governada por um aliado, o prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil), deu ao então candidato a governador do partido. Hoje, sob a bênção de Neto, Elinaldo trabalha para fazer do vereador Flávio Matos seu sucessor na cidade.

No entanto, apesar do grande nível de inserção de Matos no município e de ele pertencer à mesma legenda, a tarefa não será fácil. A despeito da imensa capacidade de trabalho de Elinaldo e mesmo de seu reconhecido carisma pessoal, o prefeito de Camaçari nunca conseguiu montar uma equipe que acompanhasse seu ritmo e conseguisse ajudá-lo a governar dentro da expectativa que criou, o que o levou a arcar com um desgaste razoável no curso do segundo mandato que vem sendo explorado com bastante habilidade pelo ex-prefeito Luis Caetano (PT), candidato à sucessão municipal apontado como páreo duríssimo na cidade, segundo as pesquisas.

Dentro do chamado “Projeto 44”, a aposta é de que uma maior vinculação de Matos com Bruno e Neto, junto com o apelo da máquina municipal local, poderia fazer a diferença na disputa em seu favor. Não seria muito distinta a situação em Simões Filho, onde o prefeito, Dinha Tolentino (MDB), outro aliado do ex-prefeito de Salvador, escolheu também um vereador, Del do Cristo Rei, atual presidente da Câmara Municipal, para sucedê-lo. Neste caso, entretanto, para poder se integrar à proposta, Cristo Rei teria que deixar a legenda em que se encontra, o PSC, para filiar-se ao União Brasil, o que, naturalmente, demandará negociações no grupo local.

Em Lauro de Freitas, dada a proximidade com Salvador, cujos limites chegam a se confundir com os do município vizinho, talvez esteja o caso em que os benefícios poderiam ser maiores na estratégia de filiar um candidato ao União Brasil com esta expectativa. Lá, a favorita para ganhar a eleição segundo as pesquisas, Débora Régis, é aliada de Bruno e Neto, mas está no PDT, do deputado federal Félix Mendonça. Naturalmente, Neto e Bruno não constrangeriam o parlamentar com a proposta. Caberia a ele e a Débora avaliarem se a iniciativa potencializa sua vitória para se integrar ao projeto, que seria executado pela primeira vez na RMS.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na Tribuna de hoje.

Raul Monteiro*
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