Foto: Arquivo/Ilustrativa/Alan Santos
Bolsonaro e Orbán, em fevereiro de 2022 28 de março de 2024 | 09:39

Premiê da Hungria seria espécie de ‘guia’ para Bolsonaro: ‘similaridades assustadoras’, diz pesquisador

O premiê da Hungria, Viktor Orbán, seria uma espécie de “guia” para a família Bolsonaro. A análise foi feita pelo professor e pesquisador João Cezar de Castro Rocha, durante participação em programa do ICL Notícias, nessa quarta-feira (27). Segundo Rocha, são “similaridades assustadoras”, o que inclui um nacionalismo exagerado e até uma denúncia a um suposto “kit gay”.

Na análise, o professor cita que Orbán “pavimentou o caminho”, entre 2002 e 2010, antes de voltar ao poder, na Hungria. “É exatamente o que a extrema-direita bolsonarista fez no Brasil”, afirmou Rocha. “No primeiro governo de Orbán, ele não era contra a União Europeia (UE). Hoje, se diz ‘eurocético’. Boa parte das políticas dele supoem um nacionalismo acirrado contra um internacionalismo da UE”, continuou.

O professor explicou que, nos anos antes de voltar ao poder, Viktor Orbán reconheceu a “guerra cultural, hiperpolitizando o cotidiano húngaro”, e isso teria acontecido, “em boa medida, através de mídias alternativas, como o WhatsApp e do ‘jornalismo cidadão’, o que é muito utilizado no Brasil pela extrema direita”.

Somado a isso, Orbán tornou-se um ferrenho nacionalista cristão, aproximando-se de igrejas que o apoiavam, e assumiu uma pauta abertamente anti-LGBT e “anti uma fantasiosa ideologia de gênero”, ainda de acordo Castro Rocha. “Ele denunciou, pasmem, um kit gay”, destacou o pesquisador.

Em relação ao legislativo, Orbán teria tentado desmoralizá-lo. “Radicalizou ao máximo e criou, quase, um laboratório para a extrema direita mundial, através da hiperpolitização do cotidiano, cuja verdadeira finalidade é despolitizar a poles, porque somente numa poles despolitizada ele pode fazer o que fez em 2010… Depois de oito anos de partido socialista no poder, depois de duas derrotas contundentes, em 2010, aproveitando-se de uma crise econômica (dessas crises cíclicas que sempre acontecem no capitalismo, ele voltou ao poder), com 53% dos votos”, completou o professor.

Confira, abaixo, a íntegra do comentário:

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